Em fase de exames para verificar como está minha saúde reprodutiva, me encontro dentro de uma clínica médica fazendo ultrassonografia transvaginal e histerossalpinografia.
Esse último exame consiste em inserir um contraste na cavidade uterina pra verificar a condição do útero, trompas e ovários.
Dia internacional da mulher hoje e eu me olhando pra dentro, mergulhada em mim e minhas entranhas femininas. Vendo como estou.... e quando estou fazendo a ultra quando surge a primeira exclamação: a imagem de um possível pólipo uterino que pode impedir a fixação do óvulo fecundado.
Entendi que não é nada grave, mas que talvez precise de procedimento para retirada em centro cirúrgico.
Depois lá vou eu fazer o outro exame. O que mais temia. Esse foi um desafio. Não porque seja extremamente doloroso, ele promove um desconforto e uma cólica quando injetam o contraste e o meu problema 1 foi controlar o medo do exame quando já estava na mesa de raio X e o problema 2 foi entender que não consigo calcular o que são 3 a 4 minutos de dor.
Quando a cólica acontece você pensa: até onde isso vai? Pensei como será a vivência de um parto natural. Até onde irá doer? O que consigo suportar?
Eis que descubro que ser mãe é suportar. Dor, medo, espera, o desconhecido. A gente vai indo, no salto ou sem ele. A gente vai caminhando pela calçada sem saber se é seguro. A gente vai, falando com a amiga no celular. Eu fui.
Hoje combinei comigo que enfrento o que tiver que enfrentar. Que não vou temer. Não isso. Não temerei. Vou levar essa história e não será ela que irá me levar ou dominar.
Eu estou seguindo. Se tiver que retirar o pólipo farei. Se tiver que permanecer mais alguns meses permanecerei e me entrego ao que vier.
Nos meus sonhos hoje seria um dia como tantos outros exames e eu sairia com a histero feita e pronta pra engravidar. Quem sabe? Vamos ver o que será.
Eu estou indo. Cansei de ter medo, pq ele não tem resolvido minhas questões, só me traz novas camadas pra lidar. Eis que estou na vida e eis que vou vivê-la, que esse seja só mais um capítulo da busca pelos meus filhos.
Porque pra ser mulher e ser mãe, dói, há medo, mas não posso temer, porque há de haver muita coisa boa.