quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Dias difíceis

 Maternidade. Tema delicado. Um amor imenso, uma cansaço maior ainda, principalmente pra quem escolhe vivê-la só. Distante da família, assim como foi minha escolha. 

Hoje foi um dia difícil. Theo chorou muito. No colo, fora dele, no chão, no berço, no trocador. Quando vi estava chorando e pedindo pra q ele parasse como se eu tivesse 6 meses e ele 39.

Deixei ele por alguns minutos no berço, seguro de quedas, longe e seguro de mim, do meu cansaço, da minha raiva, do buraco onde entro quando ele esperneia e penso em resolver como minha mãe resolvia. 

Nesses dias, Theo passa no colo de várias Danis. Da mais calma e compreensiva no começo do choro, ou após exaustão e choro; até a Dani surtada, desesperada, irritada e que n sabe o q fazer.

Não é fácil, ninguém disse que seria, mas ninguém consegue dar a nota do quão difícil é.

Uma amiga havia dito. Não acreditei. Achei força de linguagem, intensidade dela... selas (mais de uma me avisou). "Vc acha que conhece o caos, até ter um bebê! Mas é aí que descobre que não conhece!"

Depois de choro meu e do Theo pedi desculpas. Theo tem mania de achar graça na braveza, pq é brincadeira nossa fingir braveza sendo piada. Na minha irá, ele ri. Quando n sei o que fazer, por vezes sorri, como se atestasse q sobrevive aos meus erros. Eu o ensinei brincando a se proteger. Ainda bem q ele o faz. 

Porque depois passa. A culpa vem. E fica tudo  bem.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Já!


 Já pega objetos com a mão.  Já faz sons. Já fica de bruços e sustenta a cabeça. Já expressa contrariedade, já grita. Já ri quando se vê no espelho. Já gargalha quando faço brincadeiras. Já reconhece a própria mamadeira. Já toma banho sentado com apoio.  Já ameaça segurar mamadeira sozinho.  Já coça a gengiva.  Já foi à uma excelente pizzaria, já entrou em dois big condomínios,  já foi ao teatro assistir balé!

E tá só começando a lista de tudo que ele pode! De tudo que já fez.  

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

150 dias como mãe

"Olhe as estrelas, elas brilham por você e tudo o que você faz..." 

Me peguei ouvindo Coldplay à beira do berço do Theo e pensando que as músicas mudaram de sentido desde que ele chegou.

Tem uma parte que diz "sua pele e seus ossos se transformaram em algo tão bonito"... e eu que nunca havia entendido essa frase acho que ela significa Theo.

Todas as noites e em algum momento perdido no dia, paro, olho e penso: como pude fazer algo tão bonitinho. 

Também me pego abraçando e beijando ele, na tentativa de enjoar de fazer isso antes que ele cresça. Me percebo chegando ele ou sentindo as mãozinhas macias, úmidas e levemente frias e tento gravar na memória pra nunca esquecer a sensação. 

Sempre pensei que os momentos especiais da vida, ficam impregnados na gente de um jeito que se um dia estiver doente e morrendo, apenas de fechar os olhos e revisar esse momento, sentirei que tudo fica mais leve e que tudo valeu a pena. Hoje eu sei que os momentos com o Theo como: o som da risada dele, a sensação que sinto no peito quando a gente se olha fixamente e eu examino o círculo da pupila dele com cuidado e o convido pra vida, quando ele consegue algo - como hj qdo rolou - e eu fico orgulhosa. Ou ainda, quando ele chora e eu abraço ele no colo e ele ae derrete de bracinhos abertos fazendo um chorinho de leve... estarão entre os momentos que quero lembrar pra tornar qualquer peso mais leve. 

Minha vida não é mais a mesma. Nunca mais será. Agora as estrelas brilham por alguém que não eu. E tudo o que ele faz... colore minha vida de amarelo! 

sábado, 9 de abril de 2022

Vida e morte

 Hoje soube que meu pai renasceu. Sim. Meu pai infartou, de modo que conseguiu ser levado ao Pronto-Socorro pelo meu irmão, em uma viagem de 40min e chegou vivo e bem. Susto vivido, agora é cuidar! (Assim espero!)

A sensação de ausência de controle.

A sensação de foi por pouco me embrulha o estômago mas, quantas pessoas vivem essa chance? Poucas! Me sinto preocupada, mas sinto como se o pior tivesse passado.

Assim desejo, por isso eu rezo. 

Hoje é há alguns meses minha amiga Bun n teve a mesma sorte. Vítima de uma hepatite grave, hoje, terminou seu sofrimento.

Quero que silenciem qualquer pandeiro que ela tanto gostava. Que parem as festas. Que não façam as comidas q ela tanto amava cozinhar!

Guardem os saltos. Não vistam calças jeans, especialmente aquelas mulheres pretas, de curvas e mega hair. Nada disso faz sentido sem ela. 

Guardem as palavras inventadas e engraçadas pela incerteza. Ninguém saberá criá-las como ela.

Silenciem as risadas!

Pq dessa vez, dessa vez, ela n driblou a morte! 

Nas outras vezes sim!! Driblou a.morte dela, a dos filhos, driblou a dor da perda da irmã, da mãe, mas dessa vez... dessa vez só silenciem.

Finda aqui (ou não) a irmandade entre uma pretinha e uma branquela. Acabou a festa na senzala. Acabou a festa.

Ou não! Ou façam barulho e zona! Encham o mundo de som e riso. Façam o inverso de tudo que minha tristeza pede. Pq ela era o inferno disso tudo e dentro de mim ela vive, linda, bun, me trazendo pão sovado ou doces. 

Me trazendo vida e lealdade.

Obrigada, pretinha! Eu fui feliz demais ao seu lado! 

Pai, vamos aproveitar, pq pra vc e pra nós ainda é cedo!