sábado, 9 de abril de 2022

Vida e morte

 Hoje soube que meu pai renasceu. Sim. Meu pai infartou, de modo que conseguiu ser levado ao Pronto-Socorro pelo meu irmão, em uma viagem de 40min e chegou vivo e bem. Susto vivido, agora é cuidar! (Assim espero!)

A sensação de ausência de controle.

A sensação de foi por pouco me embrulha o estômago mas, quantas pessoas vivem essa chance? Poucas! Me sinto preocupada, mas sinto como se o pior tivesse passado.

Assim desejo, por isso eu rezo. 

Hoje é há alguns meses minha amiga Bun n teve a mesma sorte. Vítima de uma hepatite grave, hoje, terminou seu sofrimento.

Quero que silenciem qualquer pandeiro que ela tanto gostava. Que parem as festas. Que não façam as comidas q ela tanto amava cozinhar!

Guardem os saltos. Não vistam calças jeans, especialmente aquelas mulheres pretas, de curvas e mega hair. Nada disso faz sentido sem ela. 

Guardem as palavras inventadas e engraçadas pela incerteza. Ninguém saberá criá-las como ela.

Silenciem as risadas!

Pq dessa vez, dessa vez, ela n driblou a morte! 

Nas outras vezes sim!! Driblou a.morte dela, a dos filhos, driblou a dor da perda da irmã, da mãe, mas dessa vez... dessa vez só silenciem.

Finda aqui (ou não) a irmandade entre uma pretinha e uma branquela. Acabou a festa na senzala. Acabou a festa.

Ou não! Ou façam barulho e zona! Encham o mundo de som e riso. Façam o inverso de tudo que minha tristeza pede. Pq ela era o inferno disso tudo e dentro de mim ela vive, linda, bun, me trazendo pão sovado ou doces. 

Me trazendo vida e lealdade.

Obrigada, pretinha! Eu fui feliz demais ao seu lado! 

Pai, vamos aproveitar, pq pra vc e pra nós ainda é cedo!