Hoje tive crise de ansiedade.
Daquelas de dar vontade de vomitar. Motivo: o retorno ao trabalho. Não falo da clínica, mas do cenário público. Da escassez de recursos, d o sofrimento cru da minha atual unidade, das urgências e inconstância do meu local de trabalho.
Me esforço pra ser grata. Tenho um trabalho, amigos de trabalho queridos, pacientes com necessidades e gratidão. Sou grata pela minha casa, sou grata pela saúde e esperteza do meu filho, a quem sugiro desbravar o mundo com cuidado mas sem temor. Mas faço isso pq eu sou toda medo. Sou toda intensidade. Sou toda inquieta com o novo, o diferente e até o habitual.
Decidi dormir mais cedo e cá estou, quase uma hora pós previsto pq preciso expulsar de mim o medo q me veio mesmo na terapia tendo reconhecido que tem o caos e a paz. Meu lar, minha família, meu trabalho clínico q mesmo no público é meu abrigo.
Aliás, sinto que me abrigo nas histórias das pessoas. Cada vez que adentro o mundo de alguém sinto q me esqueço do meu e da tensão boba que vivo. Que me imponho.
Visito cômodos das "casas internas alheias" como quem assiste BBB pra fugir um pouco de si. Pra estar no outro.
Confesso tb q desde nascimento do Theo relativizo as coisas. O peso das coisas. Mas isso n significa q o peso n esteja lá! Hoje ele caiu dentro de mim. Hoje me deparei com ele. O peso de tido aquilo q tenho q lidar e n consigo digerir no espaço público. Hoje n teve como.
Hoje escrevo pra qdo isso passar eu lembrar q tudo passa. Até esse hoje. Até esse peso/medo.