Psicóloga. Quase 20 anos de formada. Há 14 anos trabalhando com saúde do trabalhador. Ouvindo histórias de pessoas que sofrem em suas vivências com o trabalho. Sei o que é um trabalho adoecedor. Sei a dor que más relações de trabalho causam. Sei que o trabalho adoece e sei da solidão que é ter tais problemas.
Sei que os colegas de trabalho muitas vezes não compreendem, que a família n entende, que os amigos acham estranho.
Sei que todos dizem pra desencanar, mudar, revisar, tentar, repensar, mas n abrir mão do trabalho.
Eu sei disso e neste momento eu vivo isso.
Não sei em qual parte do caminho as coisas mudaram, mas mudaram. N sei onde me perdi… Mas é assim que me sinto.
Nos últimos tempos, meu trabalho, tem sido escutar dos outros frases que penso. Meus pacientes verbalizam o que vivo. Tenho trabalhado pra que outros n vivam falta de sentido que vivo. Tenho tbm me irritado, com n conseguir mudar meu olhar, por estar num lugar onde por vezes n acredito no que faço e tbm n sei onde encontraria mais sentido.
Tenho trabalhado pra de algum modo expressar o que vivo em silêncio (ao menos parcial).
Parece que meus anos foram sequências de tentativas de provas minha capacidade, de confrontar, de respirar e seguir mesmo me irritando, de fazer só pra remar contra a maré.
Há algum tempo tenho percebido que o trabalho é estar às voltas com um cubo mágico q n sei bem como resolver e fico tentando.
Que resolvi duas linhas dele e digo: Olha! Resolvi! Mas nunca é suficiente. Nunca encontro paz. Nunca a completude. Mas sigo.
Ouvindo e vivendo histórias de sofrimento no trabalho, ouvindo e vivendo… vivendo… e ouvindo.