Acredito profundamente na questão subjetiva das coisas. Embora nossa vida se paute na objetividade. Tempo cronológico, valor de moeda...
Mas até por ser psicóloga e treinada pra isso te pergunto... Como ignorar a dimensão subjetiva das coisas?
Os seis meses de doutorado sanduíche do Carlos sempre foram cronologicamente seis meses. Antes de viajar, durante a viagem e ao fim dela. Mas vivemos estes seis meses de formas diferentes.
No período anterior a viagem seis meses era o equivalente a seis encarnações inteirinhas, daquelas looooongas e bem vividas de 90 anos cada uma. Ao deixa-lo no aeroporto seis meses não pareciam nada. Porque naquele momento minha capacidade de pensar contabilizar estava congelada. Uma paz pela certeza de que eu o amava se misturava a uma anestesia defensiva que só percebo hoje. E que me tirava a noção do que eram seis meses, igual um paraquedista que não pensa nos riscos de seus saltos ele salta, pensamento congelado pq se pensasse não saltaria.
Quando a anestesia passou e a angústia tomou conta de mim, não conseguia nem pensar no que eram seis meses porque dez dias pra primeira chegada do Carlos demoravam tanto a passar que era melhor nem ter cérebro naquele momento que dirá usá-lo!
Um mês com ele durou quase como dez dias... Na angústia de ver que a volta se aproximava o tempo passou se arrastando em alguns momentos, parou no ano novo em meio ao amor da minha família e as comemorações e também voou!
Já esperei ansiosa pelos 100 dias da contagem regressiva, isso apareceu num post. Semana passada a correria foi tanta que assustei quando percebi que faltavam poucos dias pro centagésimo dia longe dele.
Depois de tudo isso o cético dirá não deixaram de ser 100 dias. E eu repetirei que acredito profundamente na sensação de especial que cada dia e emoção conferem a passagem do tempo e isso em nada tem de objetivo. O que vivo em nada tem de LINEAR.
Hoje 100 foram muito e ao mesmo tempo nada. E hoje sinto força e paz pra dizer. Só faltam apenas 100 dias, porque hj sinto esse valor em dias como equivalente a um mês!
Esse blog já foi tanta coisa. Lá em 2014 começou como diário pra me ajudar no intercâmbio do meu namorado! Nem imaginava, mas leram meus textos! O namorado foi, voltou, a gente casou, o blog virou diário de dores e delícias do casamento. Mudou de novo pra nomear minha ansiedade pré-gravidez, pós-gravidez. Aí ficou monotemático em: Theo. Assim como a nossa vida! Então, faz como naquele samba: "Entra, se acomoda à vontade! Tá em casa! Toma um drink! Dá um tempo..." e vai me lendo.
domingo, 22 de março de 2015
100 dias 100 ele
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