segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

O convite da Flávia (74 dias, para o casamento)


E tudo vai se encaixando mesmo, porque é assim que deve ser...
Estou cansada, amanhã acordo as 06:20, são 01:14am, quantas horas de sono mesmo?
Sorte que fiz humanas e não sei fazer conta rápido, se soubesse isso aumentaria minha preocupação por não estar em sono profundo ainda.
Como não sei fazer conta, e estou há tempos longe daqui, resolvi registrar o que aconteceu hj.
Flávia é minha amiga, mas já foi minha veterana na faculdade e minha chefe.
Me conhece bem. Me acolhe sempre, é de uma intensidade e uma passionalidade que me encantam e me metem medo, porque sei os estragos que esse jeito de ser causam nela e em quem a ama...
Mas desde que assisti o casamento do meu amigo Ricardo, em que duas amigas falaram sobre eles, sabia que a Flávia faria meu casamento.
E foi assim.
Decidimos chamar a Flávia para celebrar nosso casamento que não será uma cerimônia comum, será uma cerimônia Afetiva.
Mas como chamá-la?
Pensamos em um convite físico, a ser entregue em uma viagem.
Pensamos em um convite verbal a ser feito em um encontro nosso.
Mas os meses foram passando, o dinheiro curto, não nos permitiu viajar...
Foi então que pensei em um vídeo com fotos nossas e um convite.
Como fazer diferente!?
Fotos nossas segurando um cartaz onde estaria escrito: aceita ser nossa celebrante?
Depois tive a ideia de gravarmos o pedido com cartazes... Mostrados sequencialmente, contendo a frase: você - aceita - ser - nossa - celebrante? Diz - que sim! Olha só como ficou:



Fizemos o vídeo, combinamos o Skype, e depois pedimos para ela procurar o vídeo no YouTube e ver conosco.
Ela chorou eu e Carlos também nos emocionamos.
E ela já começou o percurso de celebrante. Pedido feito, pedido aceito, o sonho vai tomando forma pelas mãos com que construímos nossa história.
Durmo tranquila hj. O casamento será lindo. Ela o conduzirá!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

A briga!

Há dias em que é preciso, necessário é útil S-U-R-T-A-R!
Hoje foi esse dia.
Estamos organizando a vinda do Carlos para o apartamento que é nosso, mas que ele vem ocupando aos poucos.
Ele está às voltas com a vinda, mudança, caixas, coisas e ansiedade.
Ele está a pleno vapor.
Ontem me fez levantar duas vezes da cama, pra explicar cuidadosamente as mudanças que fará com a vinda das coisas dele.
Levantei, ouvi, vi, e caminhei pra minha cama.
Sem me dar conta de que esse processo é difícil pra ele ou pra qualquer outra pessoa.
Hoje o combinado era fazermos uma tarefa casamenteira.
Ando cansada por mil motivos, que também incluem os preparativos pro casamento.
Carlos saiu pra trabalhar, voltaria as nove e sairíamos pra cumprir a tarefa.
Dormi, e quando acordei, tomei banho, me vc arrumei, e ele já me esperava.
Entrei, cara feia, não parecia no clima do que iríamos fazer. Um programa leve.
Perguntei o que era assim, que organizei, rapidamente o pacote que íamos entregar.
Cara feia.
Perguntei: O que foi Carlos?
Isso startou um surto coletivo!
Eu, todas neuras que me habitam e ele é todos os eus neuróticos que o habitam.
Discutimos feio.
Numa sequência que nem sei - ou por preguiça de escrever - explicar.
Surtei! Gritei! Carlos gritou!
Decibéis elevados! Dois loucos pedindo por socorro!
Pára esse carro, para a merda desse carro, gritei!
Esbravejei: você estraga tudo!
Só ele né!? 
Eu faço tudo certo! Uhum!
Ele também lançou acusações!
Algumas reais outras nem tanto.
Pulmões a mil, viu!?
Somos bons pra brigar!
Até que Carlos na sua sabedoria, verbaliza, coloca o surto em palavras: vivemos um momento muito legal!
E isso é difícil!
Aaaah vá! Ser feliz dá mais medo que sofrer, gente!
Sofrer nos dá a sensação de que uma hora fica bom. De que vai passar pra melhorar. Agora, ser feliz parece ser prenúncio de que se passar, vai ser ruim. Muito ruim.
Ficaremos a ver navios.
Dá medo.
Vivo esse medo.
Vivo esse risco.
Carlos também.
E é difícil, gente!
E os berros: dele, meu, nossos, ao mesmo tempo, como dos surdos, expressavam a dificuldade que existe quando tudo dá certo.
Quando ele expressou o medo dele. Eu falei sobre o meu. A cena treva se dissipou, e aquele que queria ver na fogueira, com o cu pegando fogo, me lembrou: que sorte, ele me dá motivos mesmo depois de uma briga a acreditar que ele é o cara! O cara da minha vida.
Que bom, que medo.
Porque brigar, quando permite desconstruir é bom!
Quando a briga nos faz abrir mão das defesas é bom.
Se faz a gente se abrir, é bom também!
Não é ruim. Quando não é destruidor!
A gente briga muito. E é isso, que hoje faz dar certo, nos mantemos eus, pra ser nós.
Nos abraçamos. Choramos. Tentamos nos assegurar... E... Saímos com o carro!
Partimos pra vida.
Com medo, felizes e juntos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

100 dias...

E como a vida também é feita de expectativas, começa hoje mais uma contagem regressiva... Cem dias pró casamento.esse número parece grande as também pequeno, depende da situação e da clareza das tarefas que se tem pra fazer...
Porque por proteção contra a angústia, as vezes a gente perde o controle do que deve ser feito.
100 dias!
Hoje me peguei pensando na sensação que tinha qdo comecei a gostar do Carlos, quando ainda nem namorávamos. A sensação que sentia a cada aproximação. De repente me senti, me percebi sortuda... Casar com alguém por quem admirei, e admiro, me apaixonei, que quer dividir a vida comigo!
Isso é muito legal.
Alguém que topa sonhar grande. Alguém com quem posso contar, com quem posso brigar também. Alguém que quer melhorar do meu lado.
Sim! Porque por mais que me esqueça na rotina, de tudo isso. Isso se perder mesmo, por ser "natural".
É fato! Ele está do meu lado. É fato certo que estou do lado dele.
Também me lembrei da procura, das tentativas de entender a vida é tentar saber quando essa calma boa, essa sensação de construir a vida, ia chegar. Quantas vezes a gente tenta se encaixar, tenta ser grande ou se diminuir pra caber na vida de alguém. Quantas vezes a gente busca a palavra certa, a roupa certa, o olhar certo que convença alguém a estar com a gente.
Tudo isso acontece, exatamente porque nos falta a compreensão de que o amor talvez seja não ter q ter um tamanho, palavra ou cor, é não ter q se encaixar, porque não se trata disso. Tentar se encaixar é indício de que a relação não tá fluindo.
E ainda que tenhamos ponteiros a acertar. Ainda que a gente perca a paciência um com o outro. Ainda que nos queixemos de algo... Hoje estou 100 reclamações, 100 medo, 100 fazer força pra dar certo, porque 100 pensar, as coisas vão acontecendo e são 100 porcento do jeito que tinham que ser.
E assim passarão os 100 dias!
Sem medo de ser feliz!
Carlos, eu sei que você eventualmente passa por aqui. E queria só reafirmar...
Eu te amo!