domingo, 28 de novembro de 2021

O primeiro "mini infarto" a gente nunca esquece!

Eram 20h quando conversava com minha mãe no telefone. Havia passado o dia agitada. Conversas animadas no Cerest, atendimentos, minha casa uma zona q planejei organizar. Conversava animadamente quando senti um corrimento, fui ao banheiro esperando que fosse o óvulo de hormônio e quando abaixei a calcinha pensei: Puxa! Menstruei! Menstruei? Como menstruei? Eu estou grávida. E disse, inadvertidamente, quase infartando minha mãe: Mãe, eu tô sangrando,  vermelho vivo! 

Minha mãe exclamou qualquer coisa que o pavor permitiu e eu embora trêmula disse: vou ligar pra minha médica e ver o que faço.

Orientação óbvia: pronto-socorro. 

Pra quem ligar? Minhas duas melhores amigas, tem filhos que fazem aniversário 26/27 de novembro. Optei ligar pra Mi,  pq o aniversário da Marina só seria no dia seguinte. 

Ela veio rápido. Mas pra mim demorou. Dirigiu cuidadosamente, o que pra mim demorou. Se perdeu. E pra mim ficou claro o nervoso dela diante da aparente calma.

Pensei no caminho, todas as poucas frases não muito positivas que ouvi desde que contei pra algumas pessoas sobre a gravidez. E pensei: perdi! Senti vergonha. O que vão pensar? Talvez não tivesse mesmo que ter contado tão cedo, agora estaria protegida! Protegida? Do quê? De quem? Se algo acontecesse eu teria q me haver comigo, com minhas frustrações  expectativas.

Fomos ao PS. Uma enfermeira muito atenciosa me tirou e tentou me tranquilizar: primeiro filho faz dessas, só pra assustar. Não será nada. Respondi com uma: Tomara! Ela me olhou nos olhos, como se entendesse minha preocupação e disse: Não será nada!

Depois fui avaliada por uma interna, estudante de medicina,  que colava as perguntas da anamnese de uma folha de sulfato escrita à lápis e parecia trêmula, como eu.

Perguntas gerais. Passamos às específicas:

A senhora fuma, bebe ou usa outras drogas? E eu quase respondi: Meu amor, se estivesse pouco ia do pra gestação, fumando e bebendo, não estaria num pronto-socorro quarenta minutos após sangrar. Ia estar em qualquer outra situação. 

Depois: vc sente o bebê mexer?

Quase respondi, vc sente um único grão de feijão do seu almoço no seu estômago?

E por fim: Teve relações sexuais?

Sempre quis ter a vida sexual animada que as pessoas julgam q tenho kkkkk

Com o médico dei todas as referências que acreditava q me asseguravam, desde quem eram minhas médicas, pq uma era docente naquele hospital, até quem era meu marido, docente na faculdade que gerência o hospital. Só não disse que jantava eventualmente com uma das donas do hospital e o bebê dela me adora, pq aí era apelar demais!

Avaliação feita, colo do útero fechado. Pouco sangramento, nada a fazer a não ser observar. Nada a fazer? Apenas uma ação,  rezar. A sensação de desamparo é grande. Mas desde que saí de casa, pensei que não tinha muito controle sobre o que acontecia. 

E assim estava. Fui à casa da Mi e esse momento merece um capítulo a parte, porque a alegria de uma família italiana, merece e precisa ser registrada. 

Fui pra mãe da Mi e da mãe da Mi, fui pra casa da Na, que foi me buscar com Gustavo e João.

Aliás talvez isso mereça outro capítulo.

Após dormir bem mais ou menos na Na, mesmo com a ajuda do João que docemente me emprestou sua cama... acordei tomei café pra irmos ao hospital. Uma boa dose de paciência,  revi o médico da noite anterior, Igor, que brincou comigo e sarcasticamente definiu seu plantão de 18horas pela motivação que os boletos causam. Achei sincero e sensato.

Fui pro ultrassom e nunca fiquei tão feliz de ouvir o coração do bebê e saber q aquele feijãozinho na tela estava de fato, ali e bem. 

Tudo estando bem, hora de voltar pra casa, da Na, não queria ficar só, não queria arriscar subir as escadas do meu prédio e assim segui com a Na. Lasanha do Gustavo, compreensão da Na... bolo de chocolate... jogo do Palmeiras, campeão da Libertadores! 

E meus pais chegando pra me buscar. Voltei pra casa pra mais colo. Precisava. Só assim pra conseguir voltar. 

Sem sangramento. Só com um corrimento dos resquícios do susto da noite anterior. A vida segue e nesse momento, pulsa dentro de mim a 160bpm.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Vem nenéns?

 Eram 14:20 quando atravessei o Cerest correndo. Postura pouco recomendada a uma psicóloga em serviço.  Corri pra sala da Leni que atendia uma paciente, agendando exames. O que fazer com meu coração disparado e com a notícia que a tela do meu celular estampava, se não posso dividí-la com a Leni? A sensação era de que não poderia esperar... 

Ali, abertos, os resultados dos exames que fizera de manhã a pedido da minha gineco. Tudo ok. Glicemia, hemograma, testes virais e um detalhe: novo beta hcg. Exame hormonal que atesta gravidez e desenvolvimento fetal.

O beta está o dobro do esperado pro período. 

Corri pra sala do Rogério. Contei.  Ele decidiu buscar na Internet. Fizemos contas de semanas, verificamos valores e rimos. Rimos muito. Em parte felizes e em parte tensos, como se espera quando falamos de uma gravidez dupla. 

Estava rindo de nervoso. Quando um desejo seu se realiza, lidar com ele é diferente. Eu que pensei que talvez não conseguisse engravidar, que tive intercorências, que tive medo de demorar a engravidar com fiv, que engravidei de primeira e com possibilidade - que precisa ser confirmada de gêmeos! Só posso me sentir abençoada, duplamente abençoada. 

Mesmo com a transferência de dois embriões são outros fatores além dos biológicos que fazem a mágica acontecer. E eu sempre tive temor quanto a isso.

De repente acesso o caminho e estou andando por ele. 

À noite, conversando com o Ca, que me respondeu a tarde sobre o resultado do beta com a frase: Vem nenéns!!! 

Chegamos a conclusão de que não nos queixaremos caso sejam gêmeos. Que isso é benção e alegria. Que isso nos foi permitido e será bem-vindo. Bem-vindas! Bem-vindos! Que venham!

Vem nenéns!


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Transbordando

Põe pra fora! Transborda o que está se passando dentro de você,  esse parece ser o pensamento que leva a escrever essas linhas.

Ao mesmo tempo que parece que faz muito tempo que descobri a gravidez, também parece que os dias passam beeeem lentamente. 

Sim. Bem devagar. Já fiz e refiz as contas de quantas semanas de gestação porque li que abortos são comuns em 20% das mulheres e ocorrem até a oitava semana. Parece que falta uma eternidade até a oitava semana.

Falta uma eternidade até o primeiro ultrassom. 

E eu fico pensando se estarei sempre ansiosa pelo próximo passo ou se vou conseguir me organizar pra viver o agora! 

A ansiedade parece ter me levado a uma condição inquieta e estressante. Não concentro no trabalho, estou desatenta, sentindo fome e sono. Ao mesmo tempo parece que a barriga cresce, parece que é fruto da minha imaginação. 

Parece que só me refiro aos bebês ou bebê no masculino, mas nome eu só tenho pra meninas. Penso que se for  gêmeos eu posso ficar muito ansiosa e que se for uma só posso ficar chateada pq não são dois.

Fico ansiosa em saber que posso ver dois sacos gestacionais e ainda tem que esperar pra saber se tem embrião se desenvolvendo dentro.

Os exames importantes demoram a acontecer. E enquanto isso transbordo. Transbordo ansiedade. Transbordo dúvidas. Transbordo mini bolhas e coceira - agora nas mãos! O que tenho rezado pra ser reação ao remédio que usei para o bicho geográfico que se apoderou do meu pé.

Deus!! Me ajude! Pq quero curtir a única gravidez que terei e quero ser feliz durante ela. 

Farei escoar tudo por palavras pra tentar poupar a mim e minhas mãos! 

Espero que dê certo!


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Primeira consulta de rotina! Levei a galeris à médica!

E uma semana se passou desde que soubemos da minha gravidez. Pra mim, parece muito mais. 

O que pensei, senti e vivi nesses últimos dias, fazem ampliar os meros sete dias que se passaram. Vivi emoções tão bonitas. Chorei abraçada por tanta gente querida.

Mas hoje iniciei os cuidados com a galeris e comigo! Fui à minha ginecologista atualizar ela de tudo o que se passou e não foi pouca coisa...

Não nos falávamos desde março! Saí de nossa última conversa telefônica arrasada, com medo do pólipo que tinha sido detectado.

Atualizados os fatos, exames e mais exames. Prazos. Orientações. A busca insana por um protetor solar mineral com cor pra continuar sendo eu. Uso protetor todos os dias como base pra minha maquiagem há anos e não poder usá-lo me preocupa. Também recebi vitaminas, orientação sobre peso e um dado não confirmado que podem ser gêmeos (ou não!) Saberemos no futuro. Mas já estou feliz no presente.

Neste momento sinto sono e fome - mais que meu normal que é estilo capivara raivosa rsrs

Também sinto dor de cabeça que suspeito estar associada à fome. E recebi uma meta, engordar um kg por mês! Meta dada é meta cumprida? Acho que sim! Acho que vou começar a caminhar rsrsrs

Só vamos... vida que segue e aqui, se multiplica!!!