domingo, 4 de junho de 2023

Espera só um pouquinho, preciso me despedir

Desde setembro uma casa que compramos, mas ainda é da caixa, parcelas né, mores? Está em reforma. Tanto rolo, tantas decisões, tanta briga, tanto rolo que em alguns momentos cheguei a me perguntar se ia gostar casa algum dia, porque tinha sensações que não.
Casa pronta, Carlos já acelerou na proposta de mudarmos e minah vontade é dizer, esperaaaa! Eu não me despedi! 
Não me despedi do apartamento onde chorei no chão do banheiro o fim de um relacionamento, no melhor estilo Comer, rezar e amar.
Do apartamento onde ganhei minha independência e reformei.
Do apartamento que a vivo me deu móveis pós processo por demorar uma vida pra transferir minha Internet de endereço.
Não me despedi do lugar onde comecei a dar aulas, a ter clínica, a namorar, a sonhar e ser mãe.
Não me despedi da minha sacada e da vista que me fez querer comprar esse apto. Não me despedi. Não dei tchau pra cada cômodo onde vi o Theo engatinhar. 
Onde fiz kms de caminhada e andei de patins.
Não disse tchau e isso me dói.
Não que seja apegada, mas qualquer saída é deixar pra trás muita coisa. muita.
Deixo aqui meu tchau e meu obrigada, mas ainda quero gravar o pôr do sol daqui. Ele será sem dúvidas a minha maior saudade. A maior.
Talvez sinta saudades das muitas eu que fui aqui.
Das jantas com amigos.
Das visitas.
Do silêncio.
Do barulho do piso laminado que avisa da Paçoca se aproximando.
Preciso me despedir de que fui, sou.
Pra ir embora sem tanta saudade.

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