terça-feira, 30 de julho de 2024

So-corro!

 Durmo. Acordo. Durmo. Medo de perder a hora amanhã , já sabendo que o dia será tenso: muito atendimento e muito sono. Cá fora de casa, Theo dormindo bem mas veio pra minha cama 05:45! Quem dorme depois disso? Não dormi.

Tempo virou de ontem pra hoje. Do nada, sair com menininho nos 14graus.

Acordo carrego pro carro. Corro. Levo pra vovó. Corro pro trabalho. Atendo. Escrevo. Converso. Rio. Sinto medo da chefe. Atendo. Escrevo até ela sair em visita. Saio pra comer pastel. 

Clínica a tarde. Possível roubada sobre trabalho em unidade de saúde a vista. Enfermeira me pede trabalho com equipe e descubro q ela é o problema da equipe! Legaaal! SOOONO!!! Mas n consigo dormir! 

Pausa  os atendimentos. Agendo exames, agendo dentista, angústia bate no teto. Tento entender: exames sempre me desorganizam e agosto é um mês prévio a: cirurgia do Theo e dois casamentos q seremos padrinhos! (So)Só-corro! 

Agendo conversa com diretora do Theo fico dolorida.

Atendo. Como empadinha. Atendo. Vou pro mercado e o que queria comer: sopa! Mas acabou. Corri na espirraria, peço, vou pra Silvia, pego Theo, passo na esfirraria, pego a janta. 

Ligo pro Cá ver o Theo. Ligo pro Theo ver meu pai pq ele perguntava do vovô. 

Venho pra casa. Durmo exausta com o Theo. Acordo e vou pro banho. Como. Percebo Paçoca doente. Há tempos observo sinais e nego. Me angustio. Aposto na hipótese de problema renal. Preciso levar no veterinário! O medo, a proximidade da perda, eu sozinha, angústia, me pergunto: pego o Theo pra vir pra cama? Penso q ele dorme bem e eu tenho q me virar com minha angústia, somos dois! Deito e escrevo, quem sabe as palavras me oxigenam, eis aqui a tentativa de tomar fôlego.

Que horas preciso acordar amanhã? Cedo! Pra dar tempo de tudo e já são 1h da manhã. 

terça-feira, 23 de julho de 2024

Ainda bem que me registraram como Daniela

 Mamãe! Mamãe! Aiúda (ajuuuda)! 

Exclama ele, trinta vezes por um par de minutos!

Estava secando ele com a toalha, quando depois dessa frase ele disse: Mamãe, Âni! Aiuda! 

Perdi uma volta inteirinha do minuto do relógio com essa frase. Ele monta frases, faz relações, seduz para ser ajudado e a pronúncia dele do meu nome, me faz ser grata aos meus pais por terem me batizado assim lá em 83!

Já mandei um: Qui! Qui vc disse? 

Ele repetiu : Aiúda mamãe, Âni!

Em seguida já apertei, beijei e esmaguei o menininho mais fofinho q habita meu universo! 

domingo, 21 de julho de 2024

Sobre luz

 Um autor de psicologia do desenvolvimento, chamado Piaget dizia que em determinada fase do desenvolvimento infantil a criança acredita, ao ver a lua pela janela do carro, que o astro espacial acompanha/segue a criança que a observa.

Hoje no carro, Theo no meu colo, no banco traseiro do carro da vó Silvia (pq estamos num misto de movimentos familiares de venda de carro & inferno astral), ao ir buscar a cadeirinha (polícia não me multe baseada neste post), olhou pela janela e eu disse filho, olha a lua! 

Theo e eu sempre olhamos a lua no quintal, na rua, damos boa noite pra ela, gritamos que somos seus fãs e somos mesmo! E eis aqui o motivo desse post: quero gravar o olhar brilhante dele, que refletia o brilho da noite, olhando a lua sem esforço, percebendo que ela estava “ao lado do carro” e “seguia junto com a gente”.

 Então disse: Oi lua, está seguindo a gente? 

Ele olhou pra mim e sorriu empolgado, olhos brilhando, curiosos, pela primeira vez q percebe a lua se movendo junto com a gente. 

Lembrei de mim olhando pela estrada, voltando de viagens longas ou de prudente com meus pais, ouvindo música e vendo a lua me seguir, acreditando que me seguia mesmo ou já explicando pros meus pais a fase do Piaget e seus achados, já na faculdade.

Olhei pro Theo e pensei: vou sentir saudade desse momento, e já sinto agora msm escrevendo. Mas com o coração certo de que verei esse olhar brilhando por outras descobertas, assim como as que fiz no banco de trás do carro dos meus pais, e com o coração desejante que a luz esteja sempre no caminho do meh filho: seja a da lua, seja a das bênçãos, seja a luz da alegria, do amor, da certeza de que as coisas ficarão bem caso ele atravesse dias escuros. Que a luz a siga! Pq ele é hj o astro ao redor de quem meu amor orbita e segue. 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Quarto de despensa

 Hoje na TV vi uma história de perda gestacional após descolamento de placenta. Em um segundo, fui transportada para o dia que tive descolamento de placenta na véspera de Natal e me lembrei da cena, do sangue, da minha conversa com o Carlos, da espera, da angústia, do exame, da resposta do médico que estava tudo bem, do mesmo que senti do meu corpo continuar a sangrar como algo independente de mim e que não podia controlar e do que a Cléo me disse sobre não exigir que o Theo servisse a agradar ninguém.

Em um segundo tudo isso.

Então pensei que há histórias na vida da gente que são como aquele canto do armário repleto de elementos que vc sabe que portam uma lógica, mas também portam uma desorganização e que vc n acessa, embora queira organizar, mas sabe que está tudo ali. Longe dos olhos, mas logo ali. Escondido e ao mesmo tempo testemunhando e sendo presença. Esse dia e essa história estão comigo guardadas no passado e sempre presente, testemunhando a algo que sei mas não quero lembrar.

E hoje após a cena pensei: Ainda bem que ficou tudo bem! A-in-da bem!