domingo, 15 de dezembro de 2024

Cansada

 Escrevo torcendo pro Theo n acordar. Sinto que queria transcrever e depositar na minha escrita a sensação de sobrecarga que vivo. Inclusive pontuando que nem sei se é sobrecarga mesmo.

Tenho me sentido exausta… Não sei se é o trabalho com seus conflitos e minha tentativa de superá-los com meu desempenho, n me apegando aos detalhes, n me apegando as frustrações ou temores q ele me proporciona. 

Não sei se é o número de pacientes que é grande entre Cerest e clínica. Há uma demanda, por energia, por pensamento, por acolhimento e continência que não tenho nem pra mim e oferto aos outros.

Por vezes me sinto sugada.

Não sei se é a maternidade, não pelo Theo, mas pela minha entrega gigante, exigente comigo, e cansativa como qualquer maternar e que n me deixa horário pra ser só eu.

Não sei se tem relação com a história da Mi e do Juca, q n entendo e me sinto a cada dia mais distante de amigos q julgava importantes e que simplesmente se afastam sem explicar o que acontece.

Cansada da percepção de ser base pros outros ou de achar q tenho bases qdo na verdade pouco tenho. Cansada…

Não sei se é a percepção de que por mais q amadureça sempre estou sem casa (dos meus pais) que nunca estão ou são por mim. Nunca! Nunca sobra. Atualmente do meu pai não sobra nem pro Theo.

Liguei hj para parabeniza-ló e ele se quer parou em frente ao telefone pra me ouvir. Isso ACABOU comigo. Seu distanciamento, sua displicência, nem mesmo o Theo é capaz de preencher o vão q existe. Meu desejo essa noite era de cancelar tudo! Não ir até eles no Natal e concretizar que se virem com o que lhes resta entre Vinicius, família e eles.

O que era pra ser um passeio: ir à Búzios com Luiz e Regina q escrito pode parecer demais, se tornou tensão… n fizemos a reserva onde a Regina quis e então perdemos um bom lugar com baixo custo e agora nos restam altos custos e dúvidas. Minha vontade era não ir. Pra não me desgastar. Pra n me fazer ficar horas acordar, entendendo uma cidade e procurando por vagas que n existem pq todo mundo chegou antes. Lógico! 

Estou cansada disso tudo. Na verdade estou cansada de mim. Mais uma vez fiquei doente. Mais uma vez febre. Mais uma vez antibióticos. Mais uma vez um temor por mim pelo meu rim. Mais um vez pensando q precisava fazer por mim e mais uma vez n sabendo por onde começar. Mais uma vez perdida em pensamentos. 

Minha vontade era poder chorar e agradeço que os meninos dormem e posso escrever, escrever, escrever e chorar! Pra tentar esvaziar o que sinto, pra ser enfim a que chora ainda que sozinha, sem ser terapeuta, equilibrada, madura ou sentir-se julgada qdo não é. Pra esvaziar a agonia q tira minha energia e me deixa sem vontade de confraternizar porque no fundo só queria dormir.

Assustada por até o sono tenho perdido e n concilio de novo como hoje, como ontem, como antes de ontem. Que entre febre e agonia n encontro paz.

Me sinto ainda uma idiota q tem a casa que quis, o carro que quis, o filho mais querido, o marido mais presente e ainda sim n se sente feliz às vésperas do Natal.

Que devia estar calma e serena levando a sua vida e querendo que o mundo explodisse e aproveitando o que é possível, com quem está disposto e afim e n consegue.

Pelo menos chorei. Pelo menos pude enlouquecer em silêncio no quarto enquanto os meninos dormem e já preocupada q amanhã, que eh daqui uma hora, tudo começa e eu vou ter estar desperta, atenta e solicita. Preocupada que amanhã já é a segunda que me engole e eu só me encontro na sexta. 

Com a cabeça pesada de sono, choro e tensão, sigo exausta. Cansada. De saco cheio da minha vida e de quem sou. 

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