A partir dos cem dias, inverto a ordem da contagem e a faço decrescente. Contagem regressiva, porque ao chegarmos ao meio do período de distância quero mesmo é perceber que chegamos perto do fim destes dias.
Mas a inversão da contagem me fez ansiosa pelo fim. E me fez dar conta de que faz sentido um texto que li ainda na faculdade sobre travessias. Toda travessia é dura. Atravessar um rio por exemplo é lançar-se ao desconhecido. Carlos se lançou e eu me lancei junto a esse meio branco este espaço que há cento e poucos dias só conhecíamos o ponto de partida: a despedida e o longo abraço que não seria mais próximo por duzentos dias.
Ao atravessar esse espaço entre a margem do primeiro dia e a margem correspondente ao último dia. Será necessário esforço físico e também mental para tal travessia. A princípio a margem de saída, o primeiro dia, será mais próximo que a margem de chegada. Com o nado, com estilo definido ou desajeitado, fluido ou feito aos trancos e barrancos, aos poucos nos distanciamos de onde partimos, rumo ao ponto de chegada. Mas há alguns dias atingimos o meio e o meio... É aquele momento em que voltar para traz requer o mesmo esforço que seguir a diante. Portanto, não faz sentido voltar. Voltar a margem de partida requer quantidade de nado igual ao já feito. Mas seguir a diante requer igual fôlego, mesmo número de braçadas, mesmo nado que o feito até aqui, mas agora sem a segurança da margem que conhecemos. Sem a segurança da despedida. Sem a segurança do levemente conhecido. Não há volta. Não há espaço conhecido. O meio do rio, é o lugar do novo e do nada. Do branco. Do não preenchido. É o momento em que não se pode entregar a correnteza e ao cansaço do nado já feito.
É de fato o desconhecido.
Estamos no meio desta travessia e sinto um cansaço da resistência a saudade dos cem dias. Sinto orgulho do feito que já conseguimos, tal qual vc se orgulha, graças a serotonina e endorfina liberadas, durante qualquer exercício físico. Mas me sinto também lutando contra a correnteza e as incertezas deste meio do caminho.
Este meio. Esta saudade pesam pelo menos 91kg... Tal qual um kg para cada dia. E como sempre. Ao carregar peso qualquer distância fica maior, qual peso triplica, qualquer tempo demora a passar.
Faltam 91 dias.
Mas que saudade.
Mas a inversão da contagem me fez ansiosa pelo fim. E me fez dar conta de que faz sentido um texto que li ainda na faculdade sobre travessias. Toda travessia é dura. Atravessar um rio por exemplo é lançar-se ao desconhecido. Carlos se lançou e eu me lancei junto a esse meio branco este espaço que há cento e poucos dias só conhecíamos o ponto de partida: a despedida e o longo abraço que não seria mais próximo por duzentos dias.
Ao atravessar esse espaço entre a margem do primeiro dia e a margem correspondente ao último dia. Será necessário esforço físico e também mental para tal travessia. A princípio a margem de saída, o primeiro dia, será mais próximo que a margem de chegada. Com o nado, com estilo definido ou desajeitado, fluido ou feito aos trancos e barrancos, aos poucos nos distanciamos de onde partimos, rumo ao ponto de chegada. Mas há alguns dias atingimos o meio e o meio... É aquele momento em que voltar para traz requer o mesmo esforço que seguir a diante. Portanto, não faz sentido voltar. Voltar a margem de partida requer quantidade de nado igual ao já feito. Mas seguir a diante requer igual fôlego, mesmo número de braçadas, mesmo nado que o feito até aqui, mas agora sem a segurança da margem que conhecemos. Sem a segurança da despedida. Sem a segurança do levemente conhecido. Não há volta. Não há espaço conhecido. O meio do rio, é o lugar do novo e do nada. Do branco. Do não preenchido. É o momento em que não se pode entregar a correnteza e ao cansaço do nado já feito.
É de fato o desconhecido.
Estamos no meio desta travessia e sinto um cansaço da resistência a saudade dos cem dias. Sinto orgulho do feito que já conseguimos, tal qual vc se orgulha, graças a serotonina e endorfina liberadas, durante qualquer exercício físico. Mas me sinto também lutando contra a correnteza e as incertezas deste meio do caminho.
Este meio. Esta saudade pesam pelo menos 91kg... Tal qual um kg para cada dia. E como sempre. Ao carregar peso qualquer distância fica maior, qual peso triplica, qualquer tempo demora a passar.
Faltam 91 dias.
Mas que saudade.
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