Esses dias conversava com uma amiga, Karla, muito inteligente e sensível. Passamos por situações semelhantes, somos professoras universitárias, com quase o mesmo tempo de carreira, somos psicólogas, somos doutorandas orientadas pelo mesmo professor, somos pensativas por natureza, e estamos recentemente no grupo das mulheres em relacionamento sério. Karlinha divide a vida, a casa e as contas... e raiva... e os perrengues... e as diferenças com seu namorado...
Exatamente como eu.
Estar próxima de alguém tão semelhante à gente é um aprendizado, próxima a alguém como a Karla, ganha-se um plus.
No meio da conversa ela me diz: "Estar convivendo com alguém, intimamente, dividindo a rotina, me faz enxergar o quanto tenho defeitos. "
Me dei conta de que faço uma lista dos defeitos do Carlos. Mas e os meus?
A frase da Karla pôs lentes de aumento nos meus defeitos, aqueles que desconsiderava e nem sequer enxergava.
Pois menos de 72h depois da minha conversa com a Karlinha, me encontrava fragilizada, o motivo: Carlos e uma das minhas melhores amigas se desentenderam, o mau entendido já dura há 4 meses. E hj fui convidada para o aniversário da filha da San, a Valentina.
Os 4 meses passaram numa mistura de silêncio, chateação e proximidade.
Ao receber o convite, fiquei reticente. A festa aconteceria em cerca de 17h e me cobrava um posicionamento. Manter o silêncio ou mudá-lo.
Eu nos meus defeitos, decidi não ir. Fiquei brava, sentindo que era vítima de um mau entendido que não participei.
Entre o cara que amo e... A amiga que amo com sua bebê que vi nascer.
Falei com minha mãe, com a Leni, com a Na. Pedi conselhos, perdida na minha mágoa, orgulho, dificuldade!
Carlos perguntou o que tinha e respondi com a intensidade da minha confusão.
Chorei.
Então ele pediu que fosse a festa. Sem ele. Respondi que sempre íamos juntos as coisas. Ele disse que era diferente e que não éramos uma pessoa só. Relembrou a importância da San pra mim, lembrou que temos desejos diferentes e que deveria ir e dizer que eu não tinha a ver com os problemas deles dois.
Se a intimidade põe lentes de aumento nos defeitos, a compreensão dos Carlos projetou em um outdoor o tamanho da minha dificuldade em lidar com um problema desse tipo.
Tomei banho, me arrumei, me sentindo livre e emocionada.
Sim, ele havia encontrado o melhor caminho por nós: a manutenção da nossa identidade! Cada um com suas questões e afetos.
Fui ao aniversário e fiz como ele mandou. Cheguei abracei a San, choramos.
Não disse nada, mas ela entendeu. A gente se entende.
Mesmo nos desentendimentos. A vontade é de entender.
Cresci hj 20 anos.
Carlos me fez crescer.
Me lembrou do porquê o amo.
Ainda bem que tenho ele por perto.
Ainda bem que tenho amigas que também me permitem enxergar como a Karla e a San.
Esse blog já foi tanta coisa. Lá em 2014 começou como diário pra me ajudar no intercâmbio do meu namorado! Nem imaginava, mas leram meus textos! O namorado foi, voltou, a gente casou, o blog virou diário de dores e delícias do casamento. Mudou de novo pra nomear minha ansiedade pré-gravidez, pós-gravidez. Aí ficou monotemático em: Theo. Assim como a nossa vida! Então, faz como naquele samba: "Entra, se acomoda à vontade! Tá em casa! Toma um drink! Dá um tempo..." e vai me lendo.
domingo, 15 de maio de 2016
Aprendendo...
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Ssssssssilêêêênciio
Se vocês enxergassem a cena que vivo agora... Bem, vcs só enxergam com aquelas câmeras de Big Brother mas OK. Seria interessante. Faz frio, são quase duas da manhã, já cheguei da faculdade, já fiz minha "comida", tomei meu suco, já tomei banho e estou aqui pijama quentinho, edredom sobre a minha cabeça escondendo o brilho da tela do celular.
Carlos dorme.
Ontem também estive assim.
Venho me perguntando porque mesmo com sono não durmo assim que chego da faculdade. E hj descobri a resposta, é após a meia noite que sou eu comigo mesma. Eu, eu mesma e Daniela.
Trabalhamos muito. Carlos e eu nos vemos brevemente a noite, trabalho de dia, de noite, fora relatórios dos estagiários pra ler, textos do doutorado para as aulas, whatsapp de aluno, de paciente, da turma de amigos, do Carlos, da família.
O fato é que estou a mais de quatorze horas no ar, rodeada de barulho, sons, de gente.
Sou agitada em todos os lugares, sempre estou fazendo algo e sempre estou pensando no algo que está por fazer.
Seja o que teria que ter feito e atrasei, o que tenho que fazer e está no prazo, o que poderia adiantar e o execício de entender que nos meus planos sou sempre mais perfeccionista do que posso ou consigo ou sou.
Uma corrida contra o tempo, mas nesse horário, horário em que estou sob meu edredom, não há relógios, ou eu os ignoro ainda que me ferre amanhã.
Agora sou silêncio, escuto minha respiração, os barulhos da minha barriga, a Paçoca ronronando. Esse é um dos raros momentos do dia em que fico comigo, quieta, sozinha, sem vozes, estímulos, demandas, sem gente.
Tão bom, que dá vontade de brigar com o sono pra ele não chegar, pra só ficar eu e o silêncio. Só.
Boa noite...
domingo, 1 de maio de 2016
Guerra civil, o filme. E minhas mil formas de dizer te amo!
Li recentemente no face (que fonte excelente né?! Pra uma doutoranda rsrs) uma mensagem assim: existem várias formas de dizer eu te amo... Tipo... "Leve blusa que pode esfriar", " Fiz o jantar ", " Se cuida ", " Deixa que eu lavo a louça" Eu adicionaria aqui um: "Limpei a casa pra você", eeeeita declaração de amor sensacional! Né, não?!
Mas também diria que declaro meu amor a cada lançamento novo da Marvel ou DC! Je-suis!
Quando o filme é anunciado sou levemente pressionada a assistir o trailer , posso resumir todos pra vc? Não! Não vai demorar... É assim:
1. Música instrumental orquestrada com tom de catástrofe
2. Um cara fortão falando uma frase levemente sarcástica
3. Sequência de explosões, socos e vôos
4. Outra fala
5. Música orquestrada instrumental com tom de catástrofe bem resolvida! Fim! Aaaah vc pode inverter a ordem dos fatores, mas eles são sempre esses! rsrsrs
Eu acompanho o trailer contemplando os cinco itens supracitados conto cinco segundos e escuto um: Noooooossa! Eu vou ter que assistir!
Acredite! A certeza impressa nessa frase é superior a certeza com que ele acha que deve ir ao mercado pra comprar refeições da semana!
Porque ficar sem janta é sussa! O fim é não ver a nova estréia.
A partir daí rola uma básica contagem regressiva...
Mas nada, NA-DA supera o dia de assistir o filme.
Hoje a pergunta foi: podemos chegar com vinte minutos de antecedência? Pra pegar o melhor lugar, mais central, com a melhor distância????????
Acredite, ele já está batendo o pezinho no chão de tanta ansiedade e ainda faltavam 4 horas pro filme.
Fomos ao cinema, já saímos de casa num ritmo de perseguição de filme americano, pois saímos atrasados...
E eu já vou citando: vire aqui à esquerda, ultrapasse esse carro que dá tempo de pegar o semáforo aberto - a velocidade do carro é relativamente alta.
Por que oriento o caminho?
Porque neste momento Carlos já perdeu a capacidade de pensar e já está ávido pelo cinema.
Num nível de ansiedade irritante.
Chegando ao cinema nova cena de cinema, quando parceiros de viatura se dividem para pegar o criminoso, mas neste caso um pega os passaportes da alergia, ou melhor os ingressos e o outro (eu) fica com a tarefa menos nobre de comprar água.
Na fila escuto um sonoro, Danieeela!
Penso: que que eu fiz de errado?
E quando olho ele pede que busque água fora do cinema para ser mais rápido, saio pego volto, até aí sou eu, com duas garrafas de água uma blusa de frio uma bolsa.
Paro na fila. E ele me pergunta.
Pausa! Reveja minha condição: mãos ocupadas por duas garrafas, bolsa e blusa vc imagina...
E você, pessoa que me lê, e eu - pessoas normais que somos - pensamos, ele vai perguntar: vc quer ajuda?
Pois é...
Eu também me enganei ele disse: segura os convites preciso ir no banheiro.
Sim! Banheiro! Porque ansiedade também dá vontade de fazer xixi.
Me deu os convites. E fiquei eu tentando me virar com meu excesso de bagagem.
Eis que ele volta peço que ele segure sua água. A fila anda e quando cruzamos a porta da sala de projeção ele já não se aguenta e eu digo: vaaai na frente!
Feitos os devidos cálculos achamos a poltrona perfeita, Miriane e Juca já haviam chegado, subiram conosco e guardamos o lugar do Pexe e Bruna.
Quer saber a história do filme?????
Spoooiiler!!!
È só reler os cinco itens do trailer.
Em suma: Pancadaria, explosões naquele time de filme de heróis no qual penso sempre que é a última luta, que já estou cansada mas depois daquela cena tem mais 40 minutos de filme ah! E cenas antes e depois dos créditos!!!
Eu dormi, a Mi dormiu e Bruna também.
Carlos ficou orgulhoso de torcer pro capitão América e ter ido uniformizado com a roupa dele: siiiiiim! Ele foi de camiseta!
Na volta reclamei que ele fica mais chato que de costume, maaaaaas já estou preparada pra próxima sessão "adulta" de cinema, pois ela existirá!
Fim!