sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Tempo passando: hora de acertar os ponteiros



Tem tanta coisa acontecendo, que o blog teve que dar espaço a vida e suas necessidades.
Casa, roupas, arrumações, decisões, textos, aulas, estágio, viagem.
O fato é que tem TANTA COISA ACONTECENDO, que tá difícil viver esse momento aqui, parar sentar, digitar e ir tecendo ideias...

Às vezes tenho a sensação que tenho é que o tempo está voando, há cinco minutos atrás lamentava que era domingo, véspera de uma segunda qualquer pesada e quando pisco, já é sexta. 
No meio de tudo isso, vou tentando viver.


Há alguns dias, eu e Carlos viemos nos estranhando. Foram discussões bestas, e eu sentindo uma raiva enorme de não sei o quê. Não sei se por contágio, reação ou se por viver o mesmo momento que eu, Carlos estava chato, irritado também. 
Algumas BOAS discussões depois (sou boa nisso, tenho uma garganta de ouro pra berrar!)...
Depois de colocadas as intensidades para fora do peito, da forma mais brusca que existe.
Estes dois leoninos chegaram a conclusões importantes. 
Sim. Porque somos leoninos e se a brincadeira entre dois leões é brusca...
Calcule você o tamanho de uma briga! 
Depois das discussões acho que compreendemos que estamos brigando pela fase de transição.
Carlos e eu já moramos juntos há um ano, desde seu retorno ao Brasil.
E temos vários pontos a serem pensados e que acredito serem válidos a qualquer casal, com pequenas adaptações:

1. Morar junto com alguém não é fácil!

Se encontrar com as manias, com as folgas, com as encanações, é muito complicado.
Um bagunceiro, mas quando baixa a nega fulô tudo volta para o lugar, mas essa mágica tem que ser naquele dia.
Outro menos bagunceiro, mas se por um lado odeia pia suja deixa sapatos pelo caminho e embalagens que poderiam ser direcionadas ao lixo, sempre fora dele.

2. Organizar gastos comuns da casa, é muito difícil e delicado.

Ambos podem se sentir explorados.
Ambos podem ser desatentos.
Ambos podem ser cuidadosos demais...
Ou um se sente assim, e outro diferente. 
Mas sentar para conversar, sobre finanças pode ser difícil, mesmo que necessário.
Ou porque não dizer fundamental.

3. Medo de assumir o próximo passo.

O próximo passo pode ser um contrato, um casamento, uma mudança de status no facebook.
Pode ser qualquer coisa que te desafie.
E exitar em dar o próximo passo, pode causar cansaço (pois postergar consome energia).
Exitar em dar o próximo passo, pode dar raiva, pela frustração de não conseguir ou não ver o outro dando passos que são importantes para os dois.
Nos entender juntos, morando juntos, dividindo casa, contas, apartamento, medos, é muito muito difícil.
E isso está em processo para a gente.

4. É preciso ocupar espaços.

Em casa, no trabalho, na relação, a frente do casal, pelo casal.
Ocupar espaços é fundamental.
É preciso mudar. E as vezes isso é uma decisão por qual internet usar.
Qual a TV será colocada, porque ver múltiplos canais é fundamental para VOCÊ, portanto o outro não tem como adivinhar isso, se você não disser.

5. Parceria é fundamental mas complexa.

Em palavras, esquemas, sínteses a gente sabe conceituar parceria. 
Mas o difícil é compreender que também é parceria calar e permitir.
Tentar falar baixo, quando o outro está nervoso.
É cuidar do som da TV para não acordar a pessoa que dorme ao lado.
É também buscar a água que ficará sobre o criado mudo a noite toda, só por segurança.
É cuidar do outro, mas se deixar ser cuidado.
É entender o caos dentro de você antes mesmo que ele te faça explodir.
Ou romper todas essas regras mas encontrar-se com o "tudo bem" do outro.

6. Decidir em dois é difícil.

COm as coisas do casamento, homens e mulheres se comportam de diversos jeitos.
E não digo aqui que mulheres são compromissadas com detalhes enquanto homens não. Porque não há fórmula. Aqui em casa, por exemplo, Carlos se atenta mais a alguns detalhes do que.
Mas caber os dois em uma decisão comum às vezes é difícil.
Exige conversa, paciência e compreensão do que se quer e do que é um problema seu, uma angústia sua e não do outro.

E você deve se perguntar, se diante de tantas complicações vale a pena esse test drive pré casamento.
Sim, vale. Fico imaginando se já é um peso viver isso, antes de firmar pro mundo que são casados, imagino o peso de se encontrar com tudo isso, com "papel assinado".
Não que a gente deva se importar, mas no fundo, isso, é um detalhe importante.
Sim, vale a pena entender todas essas chatices, e me vi discutindo todas elas outro dia.
Me vi aos berros por me sentir dirigindo sozinha no test drive.
E embora em muitas queixas eu não tivesse razão, Carlos me mostrou onde era que não havia razão só emoção embaçando meus olhos e análises. Mas também enxergou coisas que não via com seus olhos.

Realmente o test drive é desafiador. Mas talvez o segredo seja, Há um milhão de chatices e medos, mas parece que apenas um detalhe é maior que todas as chatices juntas: é bom perceber que não são as chatices que impedem a gente de permanecer. É apesar delas, que permanecemos.
É passando por elas.
É entendendo cada uma delas no momento possível para cada um que se permanece juntos.
E depois de brigas importantes, olhar pro Carlos e pensar: Como eu amo essa cara depois de tudo isso? Me indica que não estou dirigindo tão só (como imaginei na raiva) pelo caminho que estamos seguindo.

Ainda vale a pena.
Ô! se vale!

Resultados destas brigas: maior parceria, cumplicidade, melhor divisão de tarefas, canais múltiplo de tv na sala e uma nova disposição de móveis criadas pelo Carlos para abrigar a Tv com outro cabo! E planos de alteração de internet! Uhul! 






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