sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Ela faz meus doces prediletos, a melhor feijoada de todos os tempos. Me dá presentes, bebe cerveja comigo, me chama de Cicarelli (olha que generosidade!? rs) e juro eu me peguei pensando em prometer nunca mais tomar coca cola ou em oferecer todos os brigadeiros do mundo aos céus para um milagre.
Recebemos a notícia de que o filho da Lu Aguirre, minha amiga, tinha caído brincando na escola e estava na UTI da Santa Casa em estado grave.
Eu passei por poucas dificuldades na vida, talvez por isso, a notícia tenha me tirado do eixo. Tremia e chorava sentindo um medo enorme.
Lu já passou por muitos perrengues... nossa amizade se fortaleceu por eles. Mas hoje, hoje era diferente, hoje senti medo.
Falei com ela por telefone e a voz dela destruiu meu coração.
Não tive paz. Chorei, rezei, chorei, rezei, pedi orações, chorei.
A noite a notícia de que o primeiro dreno pra retirada do coágulo não havia dado certo e que a situação era grave, me fez entrar em parafuso.
Como lidar com uma situação dessas? Como entender que um menino de 9 anos está passando por isso.
Pedi intracraniana, coágulo, neurocirurgia, eram palavras que acompanhava na TV quando famosos se acidentavam, mas com um muleke de 9 anos, isso se torna incompreensível.
O grupo do trabalho em peso rezando.
Corri para a Santa Casa, sem saber o que faria lá. Fui para um abraço, porque nessas horas, palavras são dispensáveis.
Fui, ela desolada.
Minha chefe na porta do centro cirúrgico aguardando o fim da inserção do segundo dreno. Fiquei com ela. Eis que ele sai, na maca do centro cirúrgico. O impulso de todos foi de aproximar dele, inclusive o meu.
Corre corre de enfermeira, tensão no ar, sai uma com monitor de frequência cardíaca. O medo me comprimiu.
Sai o cirurgião. Profissão tensa, não!?
Sai com semblante aliviado. Dizendo que o procedimento foi um sucesso e ele estava estável.
Em situações difíceis, qualquer detalhe enche o pulmão da gente de ar e esperança.
Ele foi encaminhado pra UTI. Sedação de 72h, três dias decisivos na vida do Luan e da Lu.
Três dias de coração na mão, oração, esperança.
Eternidade para qualquer mãe.
E que Nossa Senhora embale a recuperação do Luan em braços.
Amém.
Por hoje, gratidão, oração e espera.
Que aquele pestinha fique bem, logo.

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