domingo, 20 de dezembro de 2020

Quando dói na gente...

 

Area. Junho. Vestido longo azul royal. Cabelo com aplique... ela entrou no salão com Celine Dion de fundo. 
Ela dançou valsa, nós curtimos a festa,  dançamos Charlie Brown Jr.
Quando se tem 15 anos, sua amiga comemora os 15 anos dela, vc fica feliz como se a festa fosse sua. 
22 anos depois desse dia, estou eu sentada, no chão da cozinha pedindo: Respira! Estou com vc!
22 anos depois eu sentia o mesmo que ela,  mas não era alegria,  era medo.
A covid tem fechado seu cerco.  Temos convivido com ela mais próxima. Hoje temos pessoas próximas contaminadas e dessa vez foi a mãe da Ana e a própria Ana, a menina de azul, a da valsa. 

Vivi  com a Ana as aventuras de pré, primeiros amores e a confidência dos primeiros beijos.  Lembro dela, braços dobrados em frente ao peito e fazendo passos de dança quando passava carro de som alto na rua, de sábado e ela estava animada.  

Lembro das festas.  Ela é sempre cia.  no Natal. Meu telefone toca ou o dela quando está difícil e desde ontem, tem tocado a cada novidade.
Hoje, tia Flora, mãe dela, olhos claros, cabelos loiros, que nos acolhia em.cafés da tarde na casa dela, seguiu, depois de muita negociação, rumo a Araçatuba para encontrar seu mar de tranquilidade pra se recuperar da covid.
Doeu eu mim com a mesma intensidade que meu coração vibrou com o dela em cada aventura que dava certo, como quando ela passou no vestibular, como quando ela começou a namorar, quando casou e eu estava lá. Como vibrou na festa de 15 anos dela, mas hoje doeu. 

Registro aqui, minha esperança, isso vai passar.

sábado, 28 de novembro de 2020

Variações do mesmo tema sem sair do tom

  Ultimamemente os meses de dividem em antes e depois da ovulação.  Assim como os 14 dias que antecedem a menstruação são de muita ansiedade. 

Hoje,  identifico muita irritabilidade e leve sintoma de tpm como dor nos seios. 

Também não há muitas espinhas, por enquanto.  Senti asia e em alguns momentos uma saturação com as comidas que sempre como e pensei: será?

Nessa ovulação Carlos e eu tivemos uma conversa séria.  Falei do meu cansaço no controle do ciclo menstrual e esforços solitários no lidar com a tentativa de engravidar. 

Depois de muita briga,  tentamos pactuar uma busca comum pela gravidez.  

Vamos ver no que dá. 

O fato é que estava frágil,  cansada e me sentindo mto,  muito sozinha.

O apoio dele me acalmou,  agora ele fica com o aplicativo e não eu.  Mas ainda assim,  faço leves contas mentais.  Também penso que seria bom pro Carlos experimentar as tantas frustrações que vivi,  agora que assumiu o controle.  

Vamos ver... 

Acho que até 08/11 deveria menstruar. Vamos ver.  

Nunca se sabe.  

O combinado é, se menstruar, falar.  

Enfim. Ansiedade, vontade,  desejo, se confundem. 

Quarentena, fim ano,  fim de semestre e aulas,  também.  

Tudo misturado. 

Enfim.  

Só queria estar grávida nesse ciclo.

Só queria estar grávida nesse ciclo. 

Só queria estar grávida,  nesse ciclo. 

Só queria que meu pedido chegasse aos céus.  Por favor, meu Deus.  


terça-feira, 16 de junho de 2020

Cada dia é um flash!

00:33 e eu aqui escrevendo no blog.
Costumo ficar com quem me pergunta sobre "como vai minha quarentena" que cada dia é um flash.
Primeiro não entender nada do que acontecia.
Depois medo, muito medo.
Depois calmaria.
Depois governo me deixando preocupada.
Depois discussões em meio a diferença com pais, amigos, etc..
Mas nunca imaginei que a quarentena dos meus pais, que estava toreando à distância para faze-los manter ia acabar socorrendo minha tia no hospital.
Um quadro estranho, neurológico.
Deixou ela e minha mãe em observação.
Sim, porque interna a pessoa e a acompanhante.
Liberaram minha tia, liberaram minha mãe, médico indo em casa.
Mas na segunda de manhã, um segundo avc.
Sim o quadro neurológico foi um AVC.
O covid no mundo e meus pais as voltas com minha tia e um AVC!!!
Hoje meu coração tá em suspenso. Entre lapsos de esperança e muito medo.
Medo de perder minha tia.
Medo da reação da minha mãe ao perder mais uma irmã.
Tristeza por mim.
Medo dessas saídas dos meus pais...
Medo de sentir mais medo pelo que virá.
Silêncio. Frio. Inquietação. São permanência nesse momento.
O que temos pra hoje e sede de tempos de paz.
Que Deus faça pela vida da minha tia o que precisa ser feito. Amém.


domingo, 17 de maio de 2020

Um mês de quarentena

Não sei quanto tempo estou em quarentena e afastada do trabalho. Imagino que neste 15/05 completou um mês. Também não me lembro quando começou a loucura toda. Mas acho que foi lá pelo dia 23/03...
Parece que faz uma vida.
Já pensei, sofri, me acalmei tantas vezes.
Resolvi escrever hoje porque estou cheia de contradições em mim. Ainda sinto medo, mas tento olhar as coisas de modo racional.
Atualmente tenho medo de me contaminar e fico tentando pensar em como reagir, caso isso aconteça.
Também penso que estamos relativamente protegidos porque, ainda que Carlos saia, estamos em casa a maior parte do tempo, diria que 80% do tempo.
Já vivi a felicidade de estar em casa.
A irritação de estar em casa tão perto do Carlos.
Já vivi uma letargia, um cansaço e uma falta de fico, próprias da mudança de rotina.
Hoje pareço ter instalado uma rotina.
Há duas semanas tento retornar aos exercícios, só na última semana fiz os treinos online da academia como antes.
Percebi que queria ter reunião de equipe para ter contato com o pessoal do trabalho.
Tenho trabalhado duro e compartilhado isso com eles, para reduzir minha persecutoriedade.
Tenho cozinhado aos fds e aprendido outras receitas.
Tenho aprendido a dividir as O coisas com o Carlos e aprendi a ficar mais tempo com ele.
Tenho visto muito o céu.
Consigo ouvir música.
As notícias do vírus já não estão na minha primeira busca quando acordo.
Tenho rezado.
Tenho sentido vontade de ser mãe, mas não tenho coragem de tentar agora.
Temo pela saúde do Carlos, mas temo pela minha, embora algo me diga, que podemos pegar e ficar bem.
As vezes esqueço e belisco comidas de delivery antes de esquentar e me culpo.
Não consegui tocar violão, mas consigo ouvir música sempre e isso me faz bem...
Estou fazendo um curso online sobre saúde mental e covid da Fiocruz maravilhoso.
E estou me organizando pra fazer outros de psicanálise!!!
O que tem nos desgastado, é a crise política a nosso redor. Presidente diz uma coisa, governadores outra, nós temos nossa percepção, ela é oposta a dos meus pais e a de uma parte da população.
Temo o fim do isolamento.
Embora veja anúncio de Lockdown para a capital do Estado.
Tenho medo de que o país entre numa onda de que está tudo bem e tenha que voltar ao trabalho....
Estou segurando ao máximo, tentando trabalhar em casa para justificar não entrar com férias e usar elas mais pra frente.
Ao mesmo tempo que rezo pra não aumentar casos, penso que só o aumento de casos faria com que as pessoas temessem e se conscientizassem.
Há defensores de uma medicação como a chave da cura...
Há 16 mil mortes lá fora e uma curva ascendente!
Há o meu medo que diz: não há mágica.
Há um diálogo difícil com os meus pais...
Há um diálogo difícil meu com a vida.
Estou revendo planos e sentidos. Revendo caminhos.... Tentando... Veremos.
A sensação de que as coisas não serão como antes, pode não ser real pra sociedade, pra mim já é.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Mensagem a mim mesma

Um mês antes da quarentena disse em terapia que não sabia lidar com situações angustiantes, prolongadas e que então tivesse o controle.
Falei doido pensando em algum problema com a minha família, um problema de saúde, sei lá.
Hoje né lembrei disso.
Parecia intuição.
Hoje vivo uma situação angustiante, prolongada, sobre a qual não tenho controle.
Já imaginei tantas coisas horríveis. Já me  angustiei com números altíssimos, ausência de socorro... Porque acompanhei minha amiga preocupada com tudo isso. Cléo na França, eu aqui, relatos de como estavam as coisas né assustavam tanto...
Ainda me angustiam.
Mas, agora entendo, pra sobreviver a uma situação difícil, longa e angustiante é preciso se defender... E essa defesa me anestesia.
Há compaixão. Há preocupação. Mas há sobretudo um cuidado de ir vivendo um dia de cada vez.
De ir vivendo como a vida se apresenta.
Assim como, aproveitar que nesse momento está tudo bem, pois não sei como será daqui dez dias.
Mas aquela angústia louca das primeiras semanas, se foi. O medo que vivi aqueles dias, não era real. Os cuidados que tomo desde a primeira semana eram estratégias pra tomar agora.
Entendi que tudo tem sem tempo e estou tentando viver cada coisa a seu tempo.
Estou em paz, como nunca achei que ficaria e agora sou paz e outros trêss sentimentos: estranhamento por essa sensação, preocupação (inevitável mas possível de ser vivida) e a certeza de que tudo passa.
Aliás esse é o motivo desse texto, registrar pra mim mesma que TUDO PASSA.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Dia difícil

Fiquei em dúvida quanto a nomear hoje como dia difícil. Porque como estamos com saúde, parece que precisamos agradecer.
Hoje o dia começou com Carlos reclamando sobre a pressão que você saúde x economia.
Seguiu pra demissão do ministro e agora a noite a notícia de que não há mais leitos de UTI no Ceará.
Confesso que perdi o ar e pensei, a onda está se formando... Está chegando.
Meus pais estão irritados com a quarentena.
Preocupados com aposentadoria deles....
E enquanto isso, meu pai vai a padaria. Penso que são escolhas.
Mas hoje, hoje foi difícil.
A impotência que imagino ser nível 2 diante do que ainda vou sentir até 10... Bateu. Forte.
Quis registrar aqui... Que tô num momento de revisões... Pensando se deveria mesmo estar há tantos dias cuidados intensos, pois agora qnja estou cansada, percebo que é hora de começar a ter atenção com isso.
Meu Deus! Cuide de nós!!! 🙏
#Preocupada

domingo, 12 de abril de 2020

Qual a hora de deixar ir?

Quando era criança sempre fui devagar para brincadeiras ousadas. Via meninos e até meninas de bicicleta na rua pegando carona na carroceria dia caminhões e imaginava que devia ser muito legal, mas eu, bem, eu não teria agilidade para segurar guidão com uma mão, com a outra a o caminhão, aproveitar a viagem e sair viva rsrs
E estou falando isso pq a sensação que tenho é que, em tempo de coronavirus precisava saber a hora exata de saltar foi caminhão. 
Mas vc deve de perguntar, como assim? 
Sim. Sou uma paciente de risco. Aos 36 anos sou uma paciente com todos de complicação no contágio e isso me assusta. 
Meu médico sumiu desde decretada a Pandemia... Tem sido difícil encontrar ele.
Foi depois de discutir com a secretária que recebi minha declaração de afastamento.
Entro em quarentena na segunda. 
Saí do trabalho com um misto: alívio por ir pra casa. Angústia por deixar meus amigos.
Calma e tristeza se misturam.
Eu nunca deixei meu trabalho se não fosse por férias.
Em 12 anos eu nunca me afastei e sair nesse momento é sobrevivência mas é frustração.
Sai deixando um projeto de trabalho pra colaborar de casa. Saio me comprometendo a permanecer cumprindo horário em casa para as demandas do serviço. Saio querendo ser imune pra permanecer.
Temos difíceis de coração apertado, mas larguei a carroceria do caminhão antes de me ferir. Ainda que tenha saído com alguns ralados. 




terça-feira, 31 de março de 2020

Ele chegou: Confirmado o primeiro caso na minha cidade de corona

Lembro de mim, há dias atrás, fora de quarentena, ainda desacreditada do que poderia acontecer...
Deitada no divã, na minha terapia, dizendo: "O dia em que confirmar um caso em Marília daí acho que vou surtar. Sou fóbica!" Disse com tom óbvio e quase displicente pra terapeuta.
O silêncio da sessão me deixou continuar a dizer coisas a mim mesma.
Prossegui.
Eu não sei e estou com preguiça de fazer cálculos sobre quando isso aconteceu.
Porque eu não sou mais aquela Daniela.
Desde então crises de choro, ansiedade, compulsão por informação, calma na condução da conduta dos meus pais, apreensão na conduta com os meus pais mas sem dizer nada, orientação direta na conduta dos meus pais.ias e dias, manhãs angustiadas, noites preocupadas e me perguntando: Como vou fazer para suportar tudo isso!?
Hoje sei que O TUDO ISSO está na minha mente.
Mas também está fora dela.
Depois desses dias veio a notícia de casos suspeitos em Venceslau.
Veio também a notícia de UTI completamente ocupada em Venceslau.
Depois veio a notícia de Prudente não querer receber pessoas de Venceslau.
E em seguida meu irmão visitando meus pais ou meu pai indo ao mercado: O mundo ruindo e ele indo ao mercado.  E eu chorei, muito, pela conduta deles, mas logo depois fiz uma ligação com um esporro dizendo: "Eu não vou ligar, porque se aviso, a chata sou eu!"
E depois de uma crise de ansiedade que me acordou junto com uma diarréia (emocional) no último sábado e que me fez virar a madrugada achando que tinha me contaminado e que todos os  programas disponíveis, inclusive festa do Big Brother Brasil que tanto gosto eram insuportáveis e não superavam minha angústia... decidi: psicotizar.
Me abrir na minha negação, distanciamento, cindir. Impedir que a angústia dos meus pensamentos invada meu ser antes que qualquer vírus.
Decidi reduzir o contato com o facebook que jorra transmissão e violência.
Decidi reduzir as leituras sobre o incontrolável vírus.
Decidi assistir filmes, séries e entendi: A gente assiste as séries pra fugir também.
Nos abrigamos em séries a conta gotas.
Fizemos contato com amigos.
Tentamos.
Mas hoje, hoje chegou o primeiro caso confirmado.
Eu não sei bem quantos outros virão, só sei que muitos.
Eu não sei bem quantas mortes vão me abalar, mas espero que sejam algumas apenas.
Eu não sei bem o que vai acontecer, só tenho pedido diariamente para que passe por tudo isso de um modo suportável.
E tenho pedido para que de algum modo eu esteja protegida das consequências mais sérias, comigo e com quem é muito importante pra mim.
Hoje sinto a ameaça real.
Ele está aqui. Não que eu não soubesse. Mas ele está, confirmadamente.
Agora não é fantasia. Fobia. Imaginação.
Ele está.
E eu sei que daqui quinze dias, a Daniela que pode escrever aqui terá percepções diferentes, mas por hoje penso:
1. Que confio no Ministro da Saúde e seu raciocínio técnico de segurar a contaminação com solicitação de isolamento social. Acredito em sua determinação de preparar serviços públicos para o que virá. Como servidora pública sinto que nos organizamos melhor após o impacto da notícia de que estávamos em estado de calamidade.
2. Penso que estou fazendo o possível para não me expor e tenho fugido de muitas formas de qualquer exposição.
3. Queria muito conseguir sair um pouco do ambiente de trabalho no prazo de 15 a 20 dias (que acredito ser quando o caos começará a se instalar) pra estar ainda mais protegida.
4. Queria que em algum momento entendessem que meu trabalho não é essencial e posso fazê-lo de casa. Queria mesmo.
Mas também sei que essas expectativas talvez não se cumpram. Tudo muda o tempo todo.
Tal como a mutação desse invisível que me assusta.
Por hoje estou razoável com a notícia.
Veremos o que a minha mente vai produzir a partir de agora.
Veremos...


terça-feira, 17 de março de 2020

Tempos difíceis

O momento que tenho vivido precisa de uma definição, definição esta que não chegará tão cedo.
Na TV, nos jornais, nas redes sociais, nas conversas... tudo está infectado pelo vírus.
Aos 36 anos. Independente financeiramente. Casada. Três empregos. Dois desses ligados à Saúde (Pública e Particular). Muitos amigos. Há semanas sem visitar meus pais, explode a notícia de que estamos ameaçados por algo invisível mas impactante: Corona vírus.
Não sabemos os rumos dessa pandemia.
Nem quando passa, nem quando será extinta.
Não há tempo. Não há contorno. Não há definição.
A sensação que essa inexistência de controle me traz é quase inexplicável.
Hoje. Me sinto como em um brinquedo em que fui nas férias.
A traquitana consistia em um colchão, retangular, enorme, cheio de ar. Onde me deitava em uma extremidade e na outra extremidade um rapaz, responsável pelo brinquedo pulava de uma espécie de trampolim, atingia sua extremidade e o impacto dele no colchão, em um efeito catapulta, deslocava meu corpo pelo ar... Segundos de deslocamento rápido em que o barulho dos forrós da Lagoa do Paraíso se tornavam silêncio. Silêncio e ausência de controle sobre onde cairia e de que modo cairia.
À mim, restou segurar firme no colete salva-vidas, voar, esperar a queda na água.
Segundos de silêncio que foram longos.
Poucos segundos sem controle que pareciam muitos.
Eis como me sinto agora. Sem previsão de quando caio na água.
Sem previsão de que o colete salva-vidas onde tento me segurar, de fato me assegure.
Raciocínios sobre possibilidade de contato.
Raciocínios sobre problemas com a saúde dos meus pais.
Incertezas sobre o quanto o meu corpinho suporta esse problema sem um colapso.
Reflexões sobre o quanto o sistema de saúde suporta dar assistência às pessoas sem um colapso geral... Me deixam em suspenso.
Onde vamos cair?
Que hora vamos parar?
O meu humor me deixou, por hoje, ele também está em suspenso, no ar e voando, longe de mim.
Não consigo encontrar as mãos dele pra nos segurar.
Tempos difíceis... Difíceis.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Aprendendo...

Ano novo, vestido branco novo e no peito dias fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim (fui pra Bahia em 2019!) uma azul e uma rosa. Meus desejos pra 2020 além de saúde e amor!? Um bebê menino ou menina... Não concordo com o meninos vestem azul e meninas vestem rosaaaa, mas foi um simbolismo.
Levei comigo, no peito, meu desejo: ser mãe!
E como diria minha terapeuta: preces inscrevem no corpo e na mente um desejo e também são um caminho de materializar esse bebê que vem vindo. Embora não saiba a hora que irá chegar.
Agora sonho o bebê. Já sonhei estar com um bebê no colo e cansada (não o cansaço da visita que segura o bebê, mas aquele cansaço de estar 24h com aquele corpinho no colo).
Sonhei amamentar.
Sonhei.
Sonho inclusive acordada.
E acredito mesmo que isso me aproxime do bebê que quero ter.
E nesses embalos, reencontrei Priscila, amiga querida de faculdade, que hoje se dedica entre psicanálise e estudos de yoga e energia, foi o que entendi do Instagram dela ...
E conversando rapidamente pelo direct, ela me pergunta sobre a vida, viu que casei...
Respondo que sim, faço um resumo de filho segundos de uma vida de 12 anos desde o fim de nossa convivência na faculdade e digo: estou tentando engravidar, mas isso é muito difícil. É um registro específico que não consigo acessar.
Então ela me diz: sim... É outro movimento.
Nesse momento vejo uma foto no Instagram dela: ela e um livro Lua vermelha.
Volto ao chat e ela pergunta: vc faz sua mandala lunar!?!
Essa interrogação me fez abrir mil janelas do Google, o que é, como é, como faço, de que modo, é pago, tem download grátis: tem!
Fiz, baixei calendário lunar, já queria começar a pintar minha mandala e faltavam dias pra menstruar...
Tentando sintetizar , tipo a síntese que fiz de 12 anos pra Pri em cinco segundos: fazer a mandala é um processo de autoconhecimento corporal e emocional nos períodos menstruação, ovulação, TPM...
Descobri que para cada período há uma deusa (arquétipo), assim como uma relação com gases lunares e/ou estações do ano...
A ideia é ir escrevendo dia a dia como se sente, começando pelo primeiro dia da menstruação pensando no físico e emocional de cada dia, para compreender os movimentos cíclicos pessoais.
Não respondi a Pri, só entendi que o contato dela era um modo de olhar com mais cuidado pra mim e me conhecer melhor.
O ano novo veio com o fim da minha menstruação.... E já foi visível o quanto fico cansada, irritada, angustiada na TPM e nos primeiros dias de menstruação e o quanto isso muda. Como se fosse de tempestade para dia ensolarado. E pela mandala acompanhei isso, de um modo tão claro, que foi muito interessante.
Terminando a menstruação um ciclo de crescimento se inicia, a energia de fato é outra.
E estou me conhecendo melhor...
Com o coração trazendo o azul e o rosa consigo.
(Suspiro...) Que venha....
Amém.