quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Sobre a resposta…

 O meu lugar fora de vc foi sendo desfeito desde a nossa discussão. Você mandou que eu silenciasse naquele momento. Eu esperei por alguns meses alguma manifestação verbal de arrependimento e não vi qualquer sinal. Passei dias revisando meus passos, falas, falhas. Identifiquei meus erros… mas o fiz sozinha. Passei por situações difíceis, sem vc ao meu lado e me doeu. Sou grata por parte do que vivemos e digo parte, pq a discussão e seus momentos seguintes não me dão tal sensação, pelo contrário! Nosso afastamento ocorreu porque me doeu muito a forma como vc falou e agiu após a discussão não por obra do destino. Há responsabilidades, minhas e também suas! Sobre o futuro… não sei. Quero comigo amigos que acertem, errem, reconheçam, conversem… Pro futuro quero tb me sentir segura de que amigos serão cuidadosos comigo…Hoje o q sinto sobre nós é que a confiança se quebrou. Cabe a mim manter um relação respeitosa com vc pela divisão do espaço de trabalho.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Nota mental

Lembrar sempre que: Sair com Carlos e Theo (passeios, viagens) tem sido muito legal! (Dá trabalho, mas…) É muito legal mesmo! 

Meu bonde é demais! ❤️

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Construindo respostas

 Uma grande amiga de trabalho, daquelas que já segurei a mão em tormentas e me segurou diante de grandes abismos da vida, há alguns meses discutiu comigo no trabalho e gritou de modo agressivo dizendo que eu a testava, que ignorava a autoridade dela, que tinha dificuldade com autoridade (ela tbm é minha chefe), que eu me desconhecia e quando me defendi, afirmou que eu n sabia o que dizia, que me desconhecia e que era pra eu calar a porra da minha boca.

Depois do ocorrido, me senti muito triste e magoada. Sozinha. Pensei em mudar de local de trabalho, me senti mal, persecutória, tive crises de ansiedade. Me fechei. Me reinventei à espera de algum pedido de desculpas que não veio. Hoje, 8 meses depois ela entra em contato comigo dizendo que sente minha falta. Sem sequer tocar no assunto e dizendo que nosso distanciamento se fez necessário.

Os relatos parecem ser de alguém que por obra do destino foi afastada de uma grande amiga. E a mensagem dela continua à espera de um resposta no WhatsApp dois dias depois do envio. Compartilhei a Mensagem com a Leni que conhece as duas, que tem um bom coração porque quero pensar sem ser agressiva, sem interferências… 

Mas o fato é que me incomoda as coisas ocorrerem do modo e no tempo dela. Me incomoda o pedido de desculpas ausente como se ela n tivesse feito nada. Me incomoda o movimento de que nosso afastamento foi resultado de forças que não podemos controlar. 

A mensagem me diz de um desconhecimento de quem ela é ou uma não sintonia sobre como pensamos a vida e as ações. A mensagem me diz de um abismo entre nossos modos de ver a vida ou do que é essencial. Nesses meses me revi. Me questionei. Procurei onde doía, pq e como doía o que ocorreu. Me questionei qual a responsabilidade que tive, que meus atos e falas tiveram no que ocorreu mas a mensagem dela n transparece qualquer reflexão sobre a própria responsabilidade diante de um erro por menor que fosse.

Sendo assim minha ideia foi entender a mensagem como porta aberta pra que eu diga, independente da resposta pq talvez n caiba diálogo.

Diga que me magoei. Que doeu o modo como falou. O que disse e como disse. Que passei meses esperando uma reação ou ainda um pedido de desculpas pela parte que cabe a ela na discussão. Dizer tbm que pensei muito, refiz conversas, revi reflexões e entendi que sim, errei. Errei quando compartilhei minhas angústias, errei quando n considerei ela em seu cargo de chefia, apenas como amiga, que devia tê-la poupado das minhas reflexões por vezes intensas e infundadas. Errei em dividir com ela. Errei. Falei demais. Tenho dificuldades e procuro me haver com elas. Mas no momento da briga silenciei assustada com o modo como ela ficou e silenciei pq ela ordenou e assim permaneço.

Que se meu lugar está fora dela. Ela precisa tomar cuidado com os que ocupam lugares importantes. Que distanciamentos tbm são nossa responsabilidade ao menos em partes e n obra do destino. Se me afastei e n me encontro na posição de amiga ao lado dela, isso se deve ao fato n citado de que ela gritou pra q eu saísse e isso doeu de um modo que altera o que ela chama de futuro. E já vejo no presente. 

Penso que nem tudo é obra de forças, energia e destino. Há muito de nós, pq somos tbm nossas escolhas e ela escolheu por meses o distanciamento. Assim como eu tbm por n saber o q fazer com o que me doeu.

Não sei se responder provocará mudanças nela. Talvez provoque em mim, de modo a finalizar parte deste conflito dizendo, te respeito, mas respeito vc como respeito alguém com quem já não guardo semelhanças como achava q guardava. Respeito e temo vc. E temor nunca foi pra mim adjetivo de amizade. Respeito, temo e sei que a aparente calma procura dominar em vc a raiva q te acompanha. 

Se isso fará algum efeito nela? N sei! A mim n cabe pensar nela a n ser de modo a me proteger e respeitá-la, pra n ferir ainda mais alguém q deve carregar consigo dores q eu n desconfio mas sei o impacto.

Sigo tentando elaborar… 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Sobre não saber o que responder…

 Olá, demorei pra responder sua mensagem por não sabia o que dizer. Nem se devia dizer. Esperei algum gesto seu nas primeiras horas após nossa briga, nos primeiros dias. Durante a sua viagem, após suas férias. Na reunião. E nada.

A espera foi virando reflexões. Questionamentos.

Nesses meses quantas vezes me peguei revendo cada um dos dias que antecederam a briga. Refazia conversas. Revisitei textos. Depois revisitei nossa história. 

Sob o som ensurdecedor do seu silêncio. 

Nesses meses me senti só. Uma solidão doída e pesada em dias importantes, diante de coisas grandes, pesadas e no miúdo do dia. Uma angústia foda de superar… 

A distância acrescenta ângulos qdo olhamos em perspectiva pra uma história. O silêncio deixa espaço pra muitas narrativas. Revi o que acho q são erros meus. Falhas. Por mim. Porque caminhei sozinha nesses meses. 

E assim fui fechando portas e janelas…  Decidi ir deixando pra traz o que a gente viveu… pq o presente me mostrava pra coisa. Não gosto de solidão e fui tratar de construir outros vínculos… 

Hoje li sua mensagem e nem sei o que dizer. Apenas penso que a distância que vc refere viver antes mesmo de existir, parece ser tbm o q vc busca/constrói.

Não sei bem o que sinto. Nem o que acho. Só lamento. Quanto a futuro, ele está lá na frente… Sigamos. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Mamãe, você é meu amiga!

 Sempre leio na internet posts que dizem que filhos curam aquilo que nem a gente sabia que precisava de cuidado. Sempre achei essa frase intensa demais para definir a relação com uma gente de estatura tão pequena e aparelho psíquico tão primitivo pra tamanha responsabilidade.

Mas esta manhã estava com o Theo na sala e percebi a fralda cheia de cocô! Queria agilizar um banho pra troca e ele enrolando preparou o movimento e foi subindo no sofá.

Eu aparavorada com a possibilidade de sujar o sofá comecei a falar alto com ele, brava dizendo pra não subir… (solicitação em vão!) lá estava ele em cima do sofá pegando algum brinquedo e logo desceu (talvez pela minha reação despropositada) sem sujar nada.

Foi então que pensei que gritei desnecessariamente. E então pedi desculpas. Disse: Theo, desculpa! Gritei com vc e nem precisava! Falei brava pq fiquei com medo de que sujasse o sofá porque tem cocô na sua fralda mas foi um exagero meu, pq vc subiu, desceu e deu tudo certo! Eu não precisava ter falado brava como falei! 

Nisso, Theo olhou pra mim e disse: Mamãe tudo bem! Não é brava! Você é meu amiga! E me abraçou. 

Imediatamente eu caí no choro. Imediatamente! Chorei pq todo mundo, inclusive eu, diz muito sobre minha braaveza! E eu nem sei quantas vezes valorizei essa característica que hoje me pesa. Que hoje penso e tento lidar e digerir minha raiva. Tento entender que minha raiva n pode explodir no Theo, eu preciso cuidar dela e entender ela em mim. 

E tem sido um grande esforço conter minha raiva… lidar com ela… n usar ela na educação com o Theo. E ouvir ele dizer que n sou brava, que n eh assim q ele me vê corrigiu coisas em mim que nem sabia. Me mostrou o tamanho da luta que travo comigo, com minha história e o quanto eu e ele reescrevemos isso, juntos! Há braveza e limites mas há amizade. Há afeto. Há amor. 

E eu sou amiga de um menino lindo que hj me pegou no colo e curou algo em mim sem saber. Valeu a pena! Viver a vida com o Theo tem sido incrível! 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Não há o que perder quando não se tem

 Andei lendo pela internet que o pior do treino pós festas de fim de ano é que ele é de arrebentar. Acrescento aqui o processo terapêutico ao exercício que arrebenta no retorno das festas.

Ir à casa dos meus pais é dolorido. Estar lá é me certificar do que sei à distância: lá tudo é diferente e específico. O tempo, o ritmo, as opções, as relações, as possibilidades de escolha, o modo de estar no mundo ou narrá-lo! Tudo! Tudo é diferente! 

Um diferente do qual do diferente. Um diferente de mim. Um diferente que não me cabe, um não lugar. Um não espaço. Eu não sou como eles. Não penso ou vivo como eles. Quis a vida, ou quis eu mesma, que meu modo de viver fosse outro.

Estar lá é estar imersa num peso, numa dor, num medo, numa crítica. E vc me pergunta: Nada é bom? Te responderia que é. Há momentos bons. Mas se fosse um quebra-cabeça eu sou aquela peça q n encaixa mas que não faz muita diferença à figura. Seja porque estou de fora da figura, seja porque o não encaixe n é visto. E é isso. O que finjo não ver, lá é não visto, inexistente. O que finjo não ouvir, não foi dito. O que não quer ver ou ouvir não merece importância. E é isso. Os dias seguem seu rumo. 

Num dado momento lá e na sessão da minha terapia disse que me vi pensando: porque isso não acaba logo? Se meus eles morressem, isso acabava. E me assustei, como ouso dizer isso?! E aí ouço: Daniela isso n eh maldade eh constatação. A morte n significaria uma perda, pq vc nunca teve. Vc nunca se encaixou. Vc nunca viveu o que deseja(ou) pra sentir perda! 

SILÊNCIO.

Quebram-se uns três copos da prateleira que mora dentro de mim. Não há o que perder qdo n se tem. Não há o que se perder quando não se tem. Então… sigo aqui, fazendo o que posso de melhor com o meu não ter. Neste momento, após jantar com amigos, após comemorar com meu marido e ver meu filho correndo feliz pela casa, pela casa q foi sonho e hj tá aqui pra mim… penso que fiz algo bom com o espaço vazio. Fiz meus copos e coloquei no armário. Fiz o que deu, o que pude, e não pude pouco.