terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Construindo respostas

 Uma grande amiga de trabalho, daquelas que já segurei a mão em tormentas e me segurou diante de grandes abismos da vida, há alguns meses discutiu comigo no trabalho e gritou de modo agressivo dizendo que eu a testava, que ignorava a autoridade dela, que tinha dificuldade com autoridade (ela tbm é minha chefe), que eu me desconhecia e quando me defendi, afirmou que eu n sabia o que dizia, que me desconhecia e que era pra eu calar a porra da minha boca.

Depois do ocorrido, me senti muito triste e magoada. Sozinha. Pensei em mudar de local de trabalho, me senti mal, persecutória, tive crises de ansiedade. Me fechei. Me reinventei à espera de algum pedido de desculpas que não veio. Hoje, 8 meses depois ela entra em contato comigo dizendo que sente minha falta. Sem sequer tocar no assunto e dizendo que nosso distanciamento se fez necessário.

Os relatos parecem ser de alguém que por obra do destino foi afastada de uma grande amiga. E a mensagem dela continua à espera de um resposta no WhatsApp dois dias depois do envio. Compartilhei a Mensagem com a Leni que conhece as duas, que tem um bom coração porque quero pensar sem ser agressiva, sem interferências… 

Mas o fato é que me incomoda as coisas ocorrerem do modo e no tempo dela. Me incomoda o pedido de desculpas ausente como se ela n tivesse feito nada. Me incomoda o movimento de que nosso afastamento foi resultado de forças que não podemos controlar. 

A mensagem me diz de um desconhecimento de quem ela é ou uma não sintonia sobre como pensamos a vida e as ações. A mensagem me diz de um abismo entre nossos modos de ver a vida ou do que é essencial. Nesses meses me revi. Me questionei. Procurei onde doía, pq e como doía o que ocorreu. Me questionei qual a responsabilidade que tive, que meus atos e falas tiveram no que ocorreu mas a mensagem dela n transparece qualquer reflexão sobre a própria responsabilidade diante de um erro por menor que fosse.

Sendo assim minha ideia foi entender a mensagem como porta aberta pra que eu diga, independente da resposta pq talvez n caiba diálogo.

Diga que me magoei. Que doeu o modo como falou. O que disse e como disse. Que passei meses esperando uma reação ou ainda um pedido de desculpas pela parte que cabe a ela na discussão. Dizer tbm que pensei muito, refiz conversas, revi reflexões e entendi que sim, errei. Errei quando compartilhei minhas angústias, errei quando n considerei ela em seu cargo de chefia, apenas como amiga, que devia tê-la poupado das minhas reflexões por vezes intensas e infundadas. Errei em dividir com ela. Errei. Falei demais. Tenho dificuldades e procuro me haver com elas. Mas no momento da briga silenciei assustada com o modo como ela ficou e silenciei pq ela ordenou e assim permaneço.

Que se meu lugar está fora dela. Ela precisa tomar cuidado com os que ocupam lugares importantes. Que distanciamentos tbm são nossa responsabilidade ao menos em partes e n obra do destino. Se me afastei e n me encontro na posição de amiga ao lado dela, isso se deve ao fato n citado de que ela gritou pra q eu saísse e isso doeu de um modo que altera o que ela chama de futuro. E já vejo no presente. 

Penso que nem tudo é obra de forças, energia e destino. Há muito de nós, pq somos tbm nossas escolhas e ela escolheu por meses o distanciamento. Assim como eu tbm por n saber o q fazer com o que me doeu.

Não sei se responder provocará mudanças nela. Talvez provoque em mim, de modo a finalizar parte deste conflito dizendo, te respeito, mas respeito vc como respeito alguém com quem já não guardo semelhanças como achava q guardava. Respeito e temo vc. E temor nunca foi pra mim adjetivo de amizade. Respeito, temo e sei que a aparente calma procura dominar em vc a raiva q te acompanha. 

Se isso fará algum efeito nela? N sei! A mim n cabe pensar nela a n ser de modo a me proteger e respeitá-la, pra n ferir ainda mais alguém q deve carregar consigo dores q eu n desconfio mas sei o impacto.

Sigo tentando elaborar… 

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