segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Primeiras vezes…

 Hoje Theo quis brincar de colocar rinossoro no meu nariz. Coisa que fazemos diariamente com ele, várias vezes ao dia. Quando ele fez d e conta que colocava o soro em mim, chorei e reclamei como ele faz. Ele disse com voz calma: Precisa por… vc é meu amigo mamãe! Como se me acalmasse. Hoje comecei a ver o cuidado que construímos dia a dia nele, que tentou me “acalmar” quando “chorava”… 


Pela primeira vez ele andou sozinho no carro no banco de trás e eu no banco da frente. Fomos a uma hamburgueria e ele foi tranquilo sozinho atrás. Me assustei. Entre felicidade de estar na frente de novo e preocupação que o tempo passou e ele n é e nem será tão dependente mais… 


Pela primeira vez ele informou que iria pra vovó Doía e vovô Mika onde tem papai Noel e renas! Falando sobre o Natal.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Cansada

 Escrevo torcendo pro Theo n acordar. Sinto que queria transcrever e depositar na minha escrita a sensação de sobrecarga que vivo. Inclusive pontuando que nem sei se é sobrecarga mesmo.

Tenho me sentido exausta… Não sei se é o trabalho com seus conflitos e minha tentativa de superá-los com meu desempenho, n me apegando aos detalhes, n me apegando as frustrações ou temores q ele me proporciona. 

Não sei se é o número de pacientes que é grande entre Cerest e clínica. Há uma demanda, por energia, por pensamento, por acolhimento e continência que não tenho nem pra mim e oferto aos outros.

Por vezes me sinto sugada.

Não sei se é a maternidade, não pelo Theo, mas pela minha entrega gigante, exigente comigo, e cansativa como qualquer maternar e que n me deixa horário pra ser só eu.

Não sei se tem relação com a história da Mi e do Juca, q n entendo e me sinto a cada dia mais distante de amigos q julgava importantes e que simplesmente se afastam sem explicar o que acontece.

Cansada da percepção de ser base pros outros ou de achar q tenho bases qdo na verdade pouco tenho. Cansada…

Não sei se é a percepção de que por mais q amadureça sempre estou sem casa (dos meus pais) que nunca estão ou são por mim. Nunca! Nunca sobra. Atualmente do meu pai não sobra nem pro Theo.

Liguei hj para parabeniza-ló e ele se quer parou em frente ao telefone pra me ouvir. Isso ACABOU comigo. Seu distanciamento, sua displicência, nem mesmo o Theo é capaz de preencher o vão q existe. Meu desejo essa noite era de cancelar tudo! Não ir até eles no Natal e concretizar que se virem com o que lhes resta entre Vinicius, família e eles.

O que era pra ser um passeio: ir à Búzios com Luiz e Regina q escrito pode parecer demais, se tornou tensão… n fizemos a reserva onde a Regina quis e então perdemos um bom lugar com baixo custo e agora nos restam altos custos e dúvidas. Minha vontade era não ir. Pra não me desgastar. Pra n me fazer ficar horas acordar, entendendo uma cidade e procurando por vagas que n existem pq todo mundo chegou antes. Lógico! 

Estou cansada disso tudo. Na verdade estou cansada de mim. Mais uma vez fiquei doente. Mais uma vez febre. Mais uma vez antibióticos. Mais uma vez um temor por mim pelo meu rim. Mais um vez pensando q precisava fazer por mim e mais uma vez n sabendo por onde começar. Mais uma vez perdida em pensamentos. 

Minha vontade era poder chorar e agradeço que os meninos dormem e posso escrever, escrever, escrever e chorar! Pra tentar esvaziar o que sinto, pra ser enfim a que chora ainda que sozinha, sem ser terapeuta, equilibrada, madura ou sentir-se julgada qdo não é. Pra esvaziar a agonia q tira minha energia e me deixa sem vontade de confraternizar porque no fundo só queria dormir.

Assustada por até o sono tenho perdido e n concilio de novo como hoje, como ontem, como antes de ontem. Que entre febre e agonia n encontro paz.

Me sinto ainda uma idiota q tem a casa que quis, o carro que quis, o filho mais querido, o marido mais presente e ainda sim n se sente feliz às vésperas do Natal.

Que devia estar calma e serena levando a sua vida e querendo que o mundo explodisse e aproveitando o que é possível, com quem está disposto e afim e n consegue.

Pelo menos chorei. Pelo menos pude enlouquecer em silêncio no quarto enquanto os meninos dormem e já preocupada q amanhã, que eh daqui uma hora, tudo começa e eu vou ter estar desperta, atenta e solicita. Preocupada que amanhã já é a segunda que me engole e eu só me encontro na sexta. 

Com a cabeça pesada de sono, choro e tensão, sigo exausta. Cansada. De saco cheio da minha vida e de quem sou. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O primeiro elogio a gente nunca esquece

 Hoje estávamos em casa quando Theo achou um laço vermelho, grande, dos enfeites de Natal de casa. Pegou o laço e diz: Coloca, mamãe!

Coloquei o laço grande na minha cabeça, dei uma dançada e ele veio no meu colo, olhou nos meu olhos e disse: Tá muito linda, mãe! Você tá muito linda! 

Primeira sensação foi: de onde surgiu essa frase e a construção dela passar por onde?! Relacionei com o modo como ajo com ele, mas ainda sim, é muito louco quando o que você faz pensando em inserir no seu filho a ideia de que ele é especial se reverta pra vc.

Lógico que pensei: mas tá míope, tão cedo, filho?!

Mas merece o registro da primeira vez que ele disse isso, até pra que quando ele me odeie na adolescência, eu possa odiá-la sabendo que há nele e em mim, muito amor tbm.

Registro feito. Você que é muito lindo, Theo!

Amo vc. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Sapo não lava o pé

Com aeiou, mamãe! 
Eu concordei e perguntei como assim: “A sapa na lava pá…”
Hoje ele fez ela relação pela primeira vez! 

Feliz Natal

 Amamos a árvore de Natal. Primeira das nossas vidas juntos! Theo participou a moda dele, um garoto de dois anos. Bateu bolinhas, ajudou e acrescentou objetos à decoração, brincou, desfocou, colaborou de novo…

A árvore ficou nossa cara: caótica, mas ficou legal! Ao final colocamos o Theo pra dormir, estava tão cansada que em vez de dizer “boa noite, Theo”, disse “Feliz Natal, Theo”. Carlos riu… Theo me olhou e quando me despedi mandando beijos no ar pro Theo ele disse: feliz Natal, mamãe! Feliz Natal, papai! 

Carlos riu e disse: agora vamos até 24/12 ouvindo ele dar Feliz Natal. Kkkk

De fato, Theo, com vc ele é Feliz mesmo! 

domingo, 24 de novembro de 2024

Será que acredito?

 Sempre fui (e acho que ainda sou) uma defensora do SUS. Não por idealização, mas por ser parte dele.

Conheço há tempos os pontos de força e fragilidade. Mas há um tempo venho me perguntando se ele está acontecendo ou sem perde dia a dia sua capacidade de ação. Isso tem relação com os rumos do serviço onde atuo: minha gestão, as coisas que venho acompanhando… isso tbm tem relação com um ponto da minha maturidade que é me pergunta sobre utilidade, resolução, resultado. 

No texto é lindo. No real me parece cada vez mais distante. E aí tenho me perguntado se ainda tem jeito. Quais os rumos tomar. Pra onde seguir pra que ele seja um sistema efetivo e mais, os problemas ocorrem aqui, em outros locais eu estaria apaixonada pelo SUS, ou tbm n acreditaria nele?! 

Essa semana fui a uma unidade, ouvir uma equipe e… uma avalanche de queixas, de uma gestão que n ouve, n apoia, n se mexe, n age. Uma equipe sofrendo, exposta à violências e  ninguém (NINGUÉM) faz nada. Loucura, né?! 

Saí de lá com desejo de poder mudar tudo. Sensação de impotência. Um amigo falou empolgado sobre o SUS e eu pensei: n sei se acredito mais… não sei.

Cheguei até pensar em um app para as pessoas listarem queixas e necessidades e ir mapeando tudo isso… pensei… será que assim eu daria visibilidade e ajudaria efetivamente os trabalhadores? Não sei…

Aguardo o tempo e suas respostas, mas por hj sofro com as fragilidades e pouco enxergo as potências…

Então por hoje, sem abraSUS! Entendedores, entenderão.



sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Os pés que irão por esse caminho…

 13/11: Theo descobriu que tem dois pés.

            Depois descobriu, e ficou chocado, que eu também tenho dois! 

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Frases

 “Vovô pocuia baiúio de iôio pu favô!”

Agora ele constrói frases.   

Cenas de uma vida (em construção)

 Trabalhei no hospital de maior complexidade da região logo que formei. O HC foi uma escola, científica , pós faculdade e de vida.

Talvez por isso, ou por qualquer outra inclinação, sempre penso que pessoas muito adoecidas em seus últimos momentos de vida, devem rever alguns momentos. Ou talvez penso que quando eu estiver em situação difícil, me refugie em histórias, sons, cheiros e sensações que vivi e que valeram a pena viver na minha vida.

Quando escuto algumas músicas da faculdade me transporto diretamente pra alguns momentos. Algumas musicas do álbum acústico da Cássia Eller, como relicário, me transportam pros banhos quentes e longos que tomava no segundo ano de faculdade, e que hoje percebo que eram o meu único refúgio sozinha pra pensar, chorar, comemorar, sonhar estando numa linda, feliz e turbulenta república de 9 mulheres! 

Sou capaz de sentir um cheiro, que só se expressa no calor do início da noite do bosque da faculdade, entre outubro e novembro, que vem com um clima bom pra tomar cerveja no bar, horário de verão em voga, cigarra cantando e animação de fim de ano e véspera de  férias. 

Sou capaz de ouvir e sentir a vibração dos tambores das atléticas quando entrava em algum ginásio com gente indo e voltando com suas batas, cerveja na mão, disputa em quadra, e muita muita muita gente no interunesp. A sensação de pertencimento, de todo mundo gritando o mesmo grito de guerra, de se unir a torcidas desconhecidas pra fazer a sua pequena torcida de campus maior. De gritar até ficar rouca, de chorar no ônibus de volta pq mais uma edição dos jogos acabou e cheia de histórias pra contar… 

Quando escuto Virtual Insanity do Jamiroquai, sou transportada para quando cheguei em Marília, jovem, mtas conquistas pela frente, deixando duas versões de Daniela pra trás, a de Venceslau e a de Assis. Podendo ser outra, a que quisesse. Morrendo perto do Habibs (isso é sonho pra quem morava em cidades que não comportavam redes). Aprovada no HC! Na formação que desejei: Hospitalar!!

(… em construção)


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Pelos seus olhos

 Cada vez que viajo para uma mesma cidade, vivo cidades diferentes. Desta vez, a “cidade diferente” foi Salvador. O sol, o céu, o mar são os mesmos. Peludinha tbm. Eu não sou mais a mesma e dessa vez, mais do que me preocupar com o que meus olhos veem, quero mesmo é acompanhar e descobrir como os olhos de alguém de 2 anos,  93cm e 13kg veem aquele mundo novo. 

Os tambores, o som, as letras espalhadas, o mar, o correr na areia, o brincar de castelos, correr na posiciona de criança e encontrar uma tartaruga, um jacaré, um balde gigante que verte uma tsunami de tempos em tempos… 

E também a banda que toca enquanto meu filho dorme, o sol na pele fininha de um branquelo, rotina nova tentando manter horários de frutinha… comida de qualidade… Horários reservados em restaurantes pouco simpáticos com crianças.

O fato é que Salvador foi outra. O fato é que olho com outros olhos e por outros olhos. Hoje mergulhei na partícula como faço desde a adolescência, e àquela época nadava na perícia sozinha. Mergulhava profundo, ouvia a água, a música e sonhava quando mergulharia e encontraria alguém. Já mergulhei e lá de baixo via Carlos me esperando sair do meu vc mergulho profundo e dessa vez, havia Carlos e um par de pernas com coisas grossas, esperneando pela minha aproximação e dizendo: mamãe, “Di ovo” pra eu mergulhar novamente. Tentei ficar esses mergulhos na minha mente pra me transportar até eles no momento que precisar escapar da realidade, de mim, do medo…

Agradeci a Deus por ter vivido o que vivi mesmo que sinta um pouco de saudade do modo como vivi as outras idades a Salvador. Mas essas cenas ficaram pra traz pra viver as novas desse momento. Pais como a vida é uma onda normal, essas cenas passaram pra ser alimento pra próxima bem bonitas também.

 

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Vou pra Bahia

 … e eu nunca me acostumo com estar por lá! Alegria!

Um arrepio… qdo os sons de lá me invadem! Oxalá meu filho ame aquela terra! E me leve sempre! 

sábado, 12 de outubro de 2024

Novas aptidões

19/09/2024 Início do uso de plural : Lápis de Corres

09/10/24 contou uma história q leio pra ele, sozinho pra mim, chamada Porquinho, Porquinho, Porquinho, Porquinho, Porquinho.


segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Novas expressões

 Um minuto de silêncio porque hoje Theo disse: jirimum pra abóbora do mercado.

Disse “ Papai trabalhando” em resposta a pergunta da minha mãe e completou: “A mamãe tá aqui!”.

E quando perguntei sobre a chupeta dele ele respondeu: Eu não sei! 

Ele tá crescendo muito, rápido e é um companheirinho lindo!! 

Pequenas alegrias da vida adulta

Tenho tido paixão por cuidar da casa desde que mudei pra casa nova, o que significa que a paixão tá persistente, já dura mais de um ano.

A noite ou pela manhã antes do trabalho, passo pano úmido ao menos na sala e cozinha, continuando pelo corredor. Lavo a louça, organizo a cozinha, “zero” a casa pro dia começar de novo.

Como um ritual que encerra ou inicia o dia. Como se me preparasse pro que vou viver qdo voltar pra casa depois que o trabalho terminar. Tenho amado olhar pra casa arrumada qdo saio pelo trabalho. Tem sido gostoso. E sempre agradeço quando olho pra tudo. Essa casa é mto mais do que eu poderia imaginar! 

Graças a Deus! Graças a nós que também trabalhamos mto por isso. 


terça-feira, 10 de setembro de 2024

Descompasso

 Existe um descompasso entre o meu sentir e av realidade.

O meu sentir é o sentir alheio.

Existe um descompasso.

Existe uma distância entre o que penso e o que acontece.

Entre o que temo e o que se materializa.

Uma distância.

Um vão entre o que sinto e o que vou vivendo. 

Entre o que imagino e o real me entrega.

Nunca sei o tamanho desse vão. Só sinto, me preocupo e alivio. 


Estou cansada. 

domingo, 8 de setembro de 2024

Ironia

 Psicóloga. Quase 20 anos de formada. Há 14 anos trabalhando com saúde do trabalhador. Ouvindo histórias de pessoas que sofrem em suas vivências com o trabalho. Sei o que é um trabalho adoecedor. Sei a dor que más relações de trabalho causam. Sei que o trabalho adoece e sei da solidão que é ter tais problemas.

Sei que os colegas de trabalho muitas vezes não compreendem, que a família n entende, que os amigos acham estranho.

Sei que todos dizem pra desencanar, mudar, revisar, tentar, repensar, mas n abrir mão do trabalho.

Eu sei disso e neste momento eu vivo isso.

Não sei em qual parte do caminho as coisas mudaram, mas mudaram. N sei onde me perdi… Mas é assim que me sinto.

Nos últimos tempos, meu trabalho, tem sido escutar dos outros frases que penso. Meus pacientes verbalizam o que vivo. Tenho trabalhado pra que outros n vivam  falta de sentido que vivo. Tenho tbm me irritado, com n conseguir mudar meu olhar, por estar num lugar onde por vezes n acredito no que faço e tbm n sei onde encontraria mais sentido.

Tenho trabalhado pra de algum modo expressar o que vivo em silêncio (ao menos parcial).

Parece que meus anos foram sequências de tentativas de provas minha capacidade, de confrontar, de respirar e seguir mesmo me irritando, de fazer só pra remar contra a maré.

 Há algum tempo tenho percebido que o trabalho é estar às voltas com um cubo mágico q n sei bem como resolver e fico tentando.

Que resolvi duas linhas dele e digo: Olha! Resolvi! Mas nunca é suficiente. Nunca encontro paz. Nunca a completude. Mas sigo.

Ouvindo e vivendo histórias de sofrimento no trabalho, ouvindo e vivendo… vivendo… e ouvindo.

sábado, 7 de setembro de 2024

Depois

 Meu problema é o depois. Depois que passa. Depois que a coisa se resolve. Depois que o enfrentamento acaba. Depois que a data passa. Depois que a festa acaba. Depois que passa a tensão. Meu problema é a ressaca. O retorno. A rebordose (essa palavra existe?). O revide. O retorno. O pós.  

Passada a morte da Paçoca. Passada a tensão do evento do Carlos e todos os compromissos complementares. Passadas as festas de aniversário. Passada a tensão no trabalho. Passado o antibiótico do Theo. Passado o outro antibiótico. Passado o cansaço dessa preocupação. Passada tensão da reunião de equipe. Passada a palestra on-line pra faculdade da Déborah. Passado o susto da conjuntivite do Theo. Passada a surpresa da conjuntivite do Cá, passada preocupação com a minha conjuntivite e a reinfecção do Theo, passada a tensão de todos os cuidados pro Theo não se contaminar e os exames pré-operatórios sem saber se faríamos ou não a cirurgia. Passada a intensa aventura de operá-lo acalmando meus pais, Carlos, minha sogra e principalmente o Theo… passado o retorno pra casa e todos os cuidados com a cirurgia e com a conjuntivite… 

O problema é o depois de TUDO ISSO. 

Estou exausta. Com dor de garganta (aquela q o Theo quase n sentiu na operação). Assustada. Triste. No pós. Tudo passado fica o cansaço de suportar o peso do loooongo parágrafo de tudo o que já passou mas tá logo aqui, acima, ao alcance dos olhos. Porque parece q agosto é setembro já durou um ano e apenas passou levando tudo consigo, inclusive minha energia. 

Cansada.

domingo, 1 de setembro de 2024

Cansaço

 Depois de MUITOS dias de antibiótico, antialérgico, colírio, probióticos, ansiedade, cá estamos: nós 3 com conjuntivite.

Theo pegou e Carlos pegou e eu peguei e Theo pegou novamente e eu simplesmente estou exausta. Exausta de tensão, de sempre ter q ser resiliente, de sempre estar tensa, de sempre estar disposta, de nunca viver as coisas do jeito que quero. Ok! Entre problemas respiratórios e conjuntivite, sei que n devo nem posso reclamar, mas a minha realidade, mesmo suave: me cansa!

Agora pode ser q a gente vá pra cirurgia do Theo com ele e nós saindo de uma conjuntivite. Lidar com desconforto emocional e desconforto físico será difícil. Lidar com as frustrações dos planos e pblms no trabalho tbm.

Parece que tudo veio junto e nós simplesmente temos q lidar. Fim. Theo está fofo e lindo! Entre as conjuntivites a dele é super suave. A reclamação n é sobre ele… é sobre tudo que vem no pacote da maternidade e não eh fácil. Apesar dele ser lindo! Socorro! Parem o mundo que quero correr ali na minha infância, ser bem mimada e já volto.

domingo, 4 de agosto de 2024

Tanta coisa…

 Há tempos os comportamentos dela (Paçoca) não são mais de uma menina. Ontem me peguei pensando, os 17 anos que hoje pesam uma tonelada ao corpinho da Nina também cravaram mudanças em mim. Ela esteve comigo dos 23 aos 40 anos e parece se despedir às vésperas dos meus 41. 

Adotei ela quando era recém formada e no começo do meu primeiro namoro. A ideia era que ela fosse preta (inteira! Mas isso praticamente não existe). A ideia era que pudesse ser macho, pra não castrar (não recomenda-se ter macho em apartamento kkkk). Choro numa casa com filhos repensadas por pet shop aleatório e encontro um gato amarelo tipo Garfield e disse: Quero ele! (Já estava adotado) e a moça sugere tem essa e aquela ali. Um pisco de gato, sentada num carro conversível da Barbie, da filha da dona de uma casa altíssimo padrão em Marília. Então, tiro a Barbie do luxo e levo pros prédios universitários da Famema. 

Agendo um banho (coisa q n podia pra filhote de 45 dias) no pet shop da zona sul (novo desbloqueio de humildade) e trago pra casa. 

Coloco pra dormir no chão ela sobe no sofá. Coloco de novo e ela sobe de novo. Daí por diante foram sequências de certezas sendo quebradas. 

Ela, uma pentelha incondicional, passava muitos minutos da sua vida, de castigo, presa na minha mãe, segurando-a pela barriguinha, esperneando, ainda sim querendo me morder. Fofocou a vida dos vizinhos pela janela, quase caiu dela e da sacada qdo no cio. Quase me enlouqueceu no cio e eu tentando estudar pra concurso. 

Só aceitava a dose de carinho q queria, após cansaço de tanto afeto, me mordia, do tipo: Chega, Daniela! Já deu! 

Brincava de esconde esconde. Rabiava com as patas de traz pela casa, como uma chinchila. Respondia com miados a assobios. Respondia com miados às minhas falas ou aos nossos miados. Ia pra minha mãe e dominava o quintal e o quarteirão como se fosse gata de rua!

Mas a principal atividade era me seguir, perseguir, me acompanhar, me caçar, me mastigar, me arranhar, correr na minha frente e retornar. Subir no meu colo qdo eu tava no vaso, estar do lado no banho, na cozinha, deitada enquanto limpava a casa no meio do lixo varrido pela vassoura, dentro do armário de roupas q eu organizava.

Deu uns perrengues fazer ela ser gata de rua de vez e quando mas ela tbm foi. 

Na última semana brincou comigo e com o Theo em uma barraca. Brincou com ele na banheira. Fugiu de casa umas 3 vezes pra dar rolê no jardim da Miriane. 

Mas mesmo com as últimas atividades das últimas semanas ela não era tão menina mais. Eu também n sou. Me dei conta de que ela esteve comigo nos 20 anos de maiores transformações da minha vida. De recém formada, de Famema e o peso da Psico hospitalar, de solteira e recém namorando, dos problemas do término do meu primeiro namoro, da minha solteirice feliz, do mestrado. Depois, do meu namoro com o Cá, com a solidez dos diversos trabalhos, do casamento, da chegada do Theo, da maturidade dos quarenta anos.

Eu também não sou a mesma. Meu corpo também mudou. Assim como o dela. Ontem, definido não mais como: gatinha “raça rara, rajada de cinza, preta e branca” mas ironicamente com o mesmo problema q tenho em nível severamente avançado : DRC, com creatina de 8 sendo o normal 1.8. 

Ontem, ao chamá-la e quase n obter resposta. Percebi mesmo q ela mudou. O tempo pesou. Os sintomas também. Pesou pra ela, pesou em mim. Ela n se mexia, recebeu meu carinho ininterruptamente e só esboçou um leve desconforto, uma sombra do antigo: Chega, Daniela! Já deu! - Tentei respeitar. 

Ontem senti uma solidão. Me senti sozinha, pequena e incapaz. Vim pela estrada após visitá-la, sem chão. Qual decisão tomar pra ser mais justa com vc. 

Fiquei pensando q o vazio e a falta estão sempre aqui.! Somos sozinhos. As grandes decisões são vividas em solidão. 

Acho que me sinto sozinha n só por n ter alguém comigo nessa hora. Mas acho que talvez a presença dela tenha me dado a falsa impressão que não era.  Me acompanhando tanto pela casa, por anos, pela vida. 

Talvez eu tenha que me acostumar com os vultos que enxergo dela pela casa, ao redor do meu pé, quando entro pela casa, arrumo coisas na cozinha ou vou ligar o chuveiro cuidando pra q ela n se molhe, até entender que ela não estará mais aqui, até entender que ela só estará dentro de mim. 

Talvez esses dias doente, quieta, sejam o último ato da minha parceira de apego pra q eu me acostume a n tê-la, tendo a parcialmente, quietinha, deitada, no soro.

Até entender que os miados que as vezes  me irritavam fazem uma falta absurda. Até entender que sigo pros quarenta e uns sem ela, pq afinal de contas é como se ela dissesse: Chega, Daniela! Já deu! 

E embora, como acontecia no carinho, pra mim, não fosse suficiente, eu juro que tô tentando respeitar, Paçoca, eu juro! 


sexta-feira, 2 de agosto de 2024

E quem vai dizer tchau?

 Como a gente faz pra ir encontrando modo de finalizar uma parceria de anos? Essa é a pergunta que ecoa em mim. Hoje, depois de observar sinais de adoecimento da minha gatinha, minha companheirinha de 17 anos, levei ao veterinário e descobri que n era exagero, ela realmente n está bem.

Passa um filme na minha cabeça. Ela miando bebê no carro e eu pensando que iria me arrepender de pegá-la. Ela escalando todas as coisas de casa. Correndo maluca sobre móveis no primeiro apartamento com ela. 

Ela explorando o apartamento novo, a minha cama nova, dormindo horas como se o sofá fosse dela. Ela sendo fresca com todos os meus amigos, aguentando minhas noitadas, meu excesso de trabalho, escrevendo dissertações, tese, estudando pra concursos. Aguentand minhas viagens, meus ataques de amor, as muitas fotos. Indo pra Venças comigo. Curando minhas gripes sentando-se ao lado da minha cabeça na cama ou sofá. Curando minhas dores como sombra, me seguindo pelo apartamento. 

O Carlos chegou e ela o adotou. Curou dores dele tbm. Deitou-se carinhosamente sobre ele o olhando fixa e tranquilamente quando ele tbm n sabia como dizer tchau pro pai dele. 

Quando tive medo ela acordava e me seguia nas idas ao banheiro. Na pandemia me ensinou a tomar sol pra vitamina D, olhar o tempo e a paisagem. 

Quando engravidei disse que precisaria dela pra cuidar do bebê, ela aguardou. Acordava na madrugada comigo. Olha o Theo no berço. Ficava em volta dele o tempo todo. O seguia pela casa. O mordia. Mas teve paciência com a imaturidade dele.

Não raro me referia ao Theo no feminino, pq 15 anos antes dele nascer eu era mãe de menina, mãe dela, mãe da Nina.

Nina, Nininha, Paçoca, Paçoquita, Piriguete. Paçoca Piriguéte Wasawski. A Paysocs… 

Que depois virou Pacóca! Pro Theo! 

Foi topo de bolo no casamento, fez parte do save the date, fez fotos de gestante comigo, fez fotos da vida.

Me seguiu durante toda a sua vidinha. Hoje foi uma das primeiras vezes que n me seguiu por motivos tristes. Eu vim. Ela ficou: internada. 

Não estava bem. Hipotérmica. Desidratada. Não resistiu como de costume ao veterinário que sempre odiou. Como se se rendesse. Como se estivesse cansada. Como se pra ela n desse pra seguir. 

Me despedi pra rever amanhã. Com coragem. Disse que entenderia q ela faria só o possível, n agradeci por ela me seguir a vida toda. Não queria me despedir porque espero revê-la. Queria mesmo revê-la pronta pra escalar minha calça jeans, como qdo era bebê. 

Como n é possível, apenas vi um filme passar na minha cabeça com tantas cenas lindas de um companheirismo que n sei como poderia retribuir. Eu ri e chorei com as cenas q revivi. Assim como vivi com mtos risos e alguns choros tendo ela como testemunha .

Não disse mto mas desejei que ela sentisse o que sentia. Ela sabe e eu sei TUDO O QUE VIVEMOS E O QUE CABE NESSE TUDO. Ela sabe quantas vezes me salvou de mim e das dificuldades da vida! Que sorte a minha. Espero que ela ache q foi uma sorte nossa, se considerando feliz por ter vivido ao meu lado. 

Que a gente saiba fechar nossa história com a mesma generosidade com que começamos. 

Obrigada, Paçoca! Nossa história foi muito mais bonita do que poderia prever. Não me arrependi um segundo sequer se ter vc na minha vida! 


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Nova língua portuguesa

Cacho: garfo

Diméio: chinelo

Búios: Números 

Um, ois, tês, quaco, quinto, sês, séi, oto, móme, dez

Aiéla: janela

Pó tá: porta

Moango: morango

Cainhão: caminhão

Quecado: mercado 

Uuuhm diíça: uhmmm delícia

Ainhanha: Mariana 

Baaínha: baratinha


Quando quer que cante ou toque alguma música no carro: mamãe, assim: ainhanha conta uuum, essa?!


terça-feira, 30 de julho de 2024

So-corro!

 Durmo. Acordo. Durmo. Medo de perder a hora amanhã , já sabendo que o dia será tenso: muito atendimento e muito sono. Cá fora de casa, Theo dormindo bem mas veio pra minha cama 05:45! Quem dorme depois disso? Não dormi.

Tempo virou de ontem pra hoje. Do nada, sair com menininho nos 14graus.

Acordo carrego pro carro. Corro. Levo pra vovó. Corro pro trabalho. Atendo. Escrevo. Converso. Rio. Sinto medo da chefe. Atendo. Escrevo até ela sair em visita. Saio pra comer pastel. 

Clínica a tarde. Possível roubada sobre trabalho em unidade de saúde a vista. Enfermeira me pede trabalho com equipe e descubro q ela é o problema da equipe! Legaaal! SOOONO!!! Mas n consigo dormir! 

Pausa  os atendimentos. Agendo exames, agendo dentista, angústia bate no teto. Tento entender: exames sempre me desorganizam e agosto é um mês prévio a: cirurgia do Theo e dois casamentos q seremos padrinhos! (So)Só-corro! 

Agendo conversa com diretora do Theo fico dolorida.

Atendo. Como empadinha. Atendo. Vou pro mercado e o que queria comer: sopa! Mas acabou. Corri na espirraria, peço, vou pra Silvia, pego Theo, passo na esfirraria, pego a janta. 

Ligo pro Cá ver o Theo. Ligo pro Theo ver meu pai pq ele perguntava do vovô. 

Venho pra casa. Durmo exausta com o Theo. Acordo e vou pro banho. Como. Percebo Paçoca doente. Há tempos observo sinais e nego. Me angustio. Aposto na hipótese de problema renal. Preciso levar no veterinário! O medo, a proximidade da perda, eu sozinha, angústia, me pergunto: pego o Theo pra vir pra cama? Penso q ele dorme bem e eu tenho q me virar com minha angústia, somos dois! Deito e escrevo, quem sabe as palavras me oxigenam, eis aqui a tentativa de tomar fôlego.

Que horas preciso acordar amanhã? Cedo! Pra dar tempo de tudo e já são 1h da manhã. 

terça-feira, 23 de julho de 2024

Ainda bem que me registraram como Daniela

 Mamãe! Mamãe! Aiúda (ajuuuda)! 

Exclama ele, trinta vezes por um par de minutos!

Estava secando ele com a toalha, quando depois dessa frase ele disse: Mamãe, Âni! Aiuda! 

Perdi uma volta inteirinha do minuto do relógio com essa frase. Ele monta frases, faz relações, seduz para ser ajudado e a pronúncia dele do meu nome, me faz ser grata aos meus pais por terem me batizado assim lá em 83!

Já mandei um: Qui! Qui vc disse? 

Ele repetiu : Aiúda mamãe, Âni!

Em seguida já apertei, beijei e esmaguei o menininho mais fofinho q habita meu universo! 

domingo, 21 de julho de 2024

Sobre luz

 Um autor de psicologia do desenvolvimento, chamado Piaget dizia que em determinada fase do desenvolvimento infantil a criança acredita, ao ver a lua pela janela do carro, que o astro espacial acompanha/segue a criança que a observa.

Hoje no carro, Theo no meu colo, no banco traseiro do carro da vó Silvia (pq estamos num misto de movimentos familiares de venda de carro & inferno astral), ao ir buscar a cadeirinha (polícia não me multe baseada neste post), olhou pela janela e eu disse filho, olha a lua! 

Theo e eu sempre olhamos a lua no quintal, na rua, damos boa noite pra ela, gritamos que somos seus fãs e somos mesmo! E eis aqui o motivo desse post: quero gravar o olhar brilhante dele, que refletia o brilho da noite, olhando a lua sem esforço, percebendo que ela estava “ao lado do carro” e “seguia junto com a gente”.

 Então disse: Oi lua, está seguindo a gente? 

Ele olhou pra mim e sorriu empolgado, olhos brilhando, curiosos, pela primeira vez q percebe a lua se movendo junto com a gente. 

Lembrei de mim olhando pela estrada, voltando de viagens longas ou de prudente com meus pais, ouvindo música e vendo a lua me seguir, acreditando que me seguia mesmo ou já explicando pros meus pais a fase do Piaget e seus achados, já na faculdade.

Olhei pro Theo e pensei: vou sentir saudade desse momento, e já sinto agora msm escrevendo. Mas com o coração certo de que verei esse olhar brilhando por outras descobertas, assim como as que fiz no banco de trás do carro dos meus pais, e com o coração desejante que a luz esteja sempre no caminho do meh filho: seja a da lua, seja a das bênçãos, seja a luz da alegria, do amor, da certeza de que as coisas ficarão bem caso ele atravesse dias escuros. Que a luz a siga! Pq ele é hj o astro ao redor de quem meu amor orbita e segue. 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Quarto de despensa

 Hoje na TV vi uma história de perda gestacional após descolamento de placenta. Em um segundo, fui transportada para o dia que tive descolamento de placenta na véspera de Natal e me lembrei da cena, do sangue, da minha conversa com o Carlos, da espera, da angústia, do exame, da resposta do médico que estava tudo bem, do mesmo que senti do meu corpo continuar a sangrar como algo independente de mim e que não podia controlar e do que a Cléo me disse sobre não exigir que o Theo servisse a agradar ninguém.

Em um segundo tudo isso.

Então pensei que há histórias na vida da gente que são como aquele canto do armário repleto de elementos que vc sabe que portam uma lógica, mas também portam uma desorganização e que vc n acessa, embora queira organizar, mas sabe que está tudo ali. Longe dos olhos, mas logo ali. Escondido e ao mesmo tempo testemunhando e sendo presença. Esse dia e essa história estão comigo guardadas no passado e sempre presente, testemunhando a algo que sei mas não quero lembrar.

E hoje após a cena pensei: Ainda bem que ficou tudo bem! A-in-da bem! 

domingo, 23 de junho de 2024

Aula, crias!

Ou melhor, aula de matemática e compreensão de texto do cria!

Acordado de manhã com números de plástico na mão olha pra mim e diz: mamãe!Búruros!

Mostra um deles e diz: Búruro 1 e Búruro 2.

Mostrando o número 1 e 2 corretamente.


Após isso, peguei os livros e perguntei o que tinha naquela história e ele respondeu: jacaié, pexi e bicho (um pelicano apresentado como bicho na história).

Contando da história pro Carlos, ele disse no momento que folheava a página do Bicho na história: o bicho passou!, exatamente como estava no livro! 

Compreensão de texto e memória, amores. Por aqui, temos!

(2a e 1m)

domingo, 26 de maio de 2024

Ele sabe muitas coisas

 As letras H, O, M e X não são símbolos desconhecidos. As cores azul “a-hul”, vermelha “memeia”, amarela “amaiéio”, laranja “a-anja”, verde “êdi”, roxa “oxa” já são identificadas e nomeadas.

Já sabe contar quase que corretamente de 0 a 10 e reconhecer números como 2, 3, 4, 8 e 10.

Já falou o primeiro palavrão não intencional: pucapaiu!

Já sabe o meu nome e o do pai. Ani e Caios. Sabe onde é o mercado. Já sabe onde é a Marta e onde virar pra casa dela. Já sabe como encher de amor com fofuras. Só não sei me despedir do bebê que agora é um menininho! 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Carta ao Theo

 Se um dia eu faltar, Theo. Saiba que a sua chegada me permitiu sentir uma alegria que meu coração jamais havia registrado em seus mais intensos batimentos.

Saiba que seus olhinhos, grandes, curiosos e atentos pra descobrir o mundo ou apertadinhos em um sorriso, foram o motivo do mesmo coração parar por alguns segundos repleto de uma sensação que eu, psicóloga, há quase duas décadas, que nomeia sentimentos pra tanta gente, não sei explicar. 

Tenha a certeza de que os meus maiores medos também foram motivados pela sua chegada. Medo de não conseguir aproveitar você o suficiente. Medi do tempo passando rápido demais pra nós! Medo de um dia te ver sofrer me sentindo impotente e sem mto o que fazer, medo que o mundo não seja bom com você. Medo que não aproveite suficiente tudo de lindo que é viver do seu lado. Medo de me perder. Medo de te perder.

Saiba que a textura da sua mãozinha,’o cheiro do seu pescoço, o barulho da sua risada, a mágica das sua tiradas, o orgulho de cada aprendizado, a maciez dos seus cabelinhos, o quão feliz são seus barulhos pela casa estão entre as melhores sensações, que procuro guardar na memória pq me fortalecem e vão me fortalecer sempre que precisar, mesmo que passem anos….

Você me fez rever a vida e a mim. Vc me fez corajosa pra ser teu Porto Seguro. Vc me fez admirar e amar ainda mais o seu pai. Me fez forte. 

Abriu espaço em mim pra uma sensibilidade e emoção que escondia há tempos por aqui. Relativizou dores e amores com a grandeza da sua existência na minha vida.

Eu te amo com uma força que n tem nem precisa de explicação. Vc sente cada vez que a gente se olha e vc renova dentro de mim a energia pra fazer mais e melhor por você. 

Eu te amo! 

Mamãe

domingo, 5 de maio de 2024

Se a Mamá vai…

 Domingo de Tédio.

Carlos e eu sem assunto.

Eu sem energia e criatividade pra brincar com Theo.

Gastei meu tudo das 07:10 às 11:30 desta manhã com café dos campeões pro Theo, 5 banhos pelos efeitos colaterais da amoxicilina, desenhando casa, pipa, cachorro, gato, galinha, barata, barata, outra barata, aranha (1, 2, 3… 9) acompanhada de fundo musical, caracol, nuvem, esteínha, uuuua (lua), papai noel, presente, vovó Ia, escrever papai, mamãe, Theo, pista pro caminhão, Theo, Carlos… por ordenação do Theo.

Quando vivendo o domingo chato, convido Theo: filho vamos lá fora? (Havia combinado com a Mi q daria uma volta com T. enquanto  a Marina andaria de bike. 

Tinha certeza q ele amaria a proposta e ele disse:Nã não!

Aí disse: Mamá estará lá fora, ele sorri e sai em direção à porta: Já tive mais moral. Kkkkkk

Novo dicionário da língua portuguesa

 Amaiéio : Amarelo

Momatinhumemeia : Tomatinho vermelho

Caga: Casa

Mimi: Tia Mi

Cuca: Juca

Vovô Kika: Vovô Amílcar

Vovó Dóia: Vovó Aldora

Moangu: Morango

Kéo: Céu, Theo, Nuvem (fofo)

Diíça: Delícia 

Dêdi: Verde

Aaa ful: com f quase imperceptível: Azul






sexta-feira, 3 de maio de 2024

Trabalho (entre delícias e dores)

 Trabalho diariamente atendendo pessoas. 

A cada horário, minha mente e meu corpo é um espaço.

Nele entram e saem história. Ser terapeuta é permitir que a história do outro, a narrativa dele, seja o que demais importante você irá se ocupar num espaço de quase uma hora. É utilizar sua mente, mas também as emoções do seu corpo para compreender e traduzir uma série de conteúdos embaralhados, confusos, estranhos, contraditórios, ou simplesmente uma série de conteúdos que associam na narração, mas que trazem em sua linha outras histórias.

Quando atendo, percebo que sou levada para outros tempos. Alguns mais presentes outros distantes. Alguns pacientes me projetam pra um futuro, com eles faço planos. Outros me levam lentamente pra um passado com cheiros, sabores, sensações que compartilho. 

Não raramente quando atendo, sou levada à locais, que visualizo, locais que pertencem a cidade onde vivo, locais que pertencem a locais por onde vivi ou passei. Parece que quando contam a historia se referem aquele lugar. 

Com frequencia, quando o que sinto me dói, sinto que pacientes me pegam pela mão, me levam para dobras no tempo, me convidam pra outras dimensões e lá, a minha dor deixa de existir. Ou porque as fantasias deles são mais agradáveis ou porque doem mais que as minhas. 

Vivo também de acolher trabalhadores que sofrem. Me mobilizo. Me irrito. Me emociono ou revolto. O que os atinge, mexe com meu corpo. Por vezes, os pacientes me dizem: Sabia que faria essa cara! Imaginei que ia se incomodar. Eu precisava te contar, porque iria me entender.

Nestes anos ouvi muitas histórias de violências no trabalho. Por muitas vezes dialoguei sabendo que deveria ser difícil estar no local de trabalho vivendo aquela situação. Em alguns momentos, me lembrei das vezes em que não me senti bem estando num local, companhia, desempenhando uma tarefa, enfrentando, vivenciando uma situação de trabalho.

Há dias vivo isso novamente. Um problema recente no trabalho me tirou o chão. Fez meu corpo paralisar e treme: de raiva, de tristeza, decepção, medo, desejo de reagir. Não pude! Como tantas vezes expliquei, diante da situação onde no mundo animal a saída seria luta ou fuga. Humanos simplesmente silenciam.

Silêncio.

Chorei. Reclamei. Pensei. Falei. Tentei digerir. 

Meu silêncio inicial foi por não compreender. O que é tudo isso? 

Meu segundo silêncio foi em busca de cura. Me aquietei pelo que doía.

O próximo silêncio foi por raiva. Agora terão somente o meu silêncio e por ele farei justiça.

O silêncio seguinte estratégia. Melhor silenciar do que me expor.

O novo silêncio foi por pena pela perda de tudo o que fez sentido um dia.

E assim sigo. Vejo a história perder partes pelos dias passando.

Vejo a raiva, o medo, a tristeza se aquietarem também pelas partes da história perdida.

Queria até registrar pra não esquecer o que doeu:

Você me testa!

Você me ataca!

Você não escuta o que diz!

Você me desqualifica!

Você não se conhece!

Você não sabe quem você é!

Tudo isso, veio de quem eu MENOS ESPERAVA.

Meu porto seguro não só balançou, ele me lançou, ele me jogou.

Cada situação difícil me remete a voo no espaço.

Eis que fui lançada em mais um voo, desavisada. Sem recursos para lidar, porque não esperava.

Dessa vez, no local de trabalho.

A vergonha também me habitou.

Ela me visitou. Devia ter tido postura? Clareza? Frieza? Racionalidade?

Devo ter. Devo silenciar mais e entregar ao mundo apenas conteúdos processados e não as minhas emoções puras. Devo processar como realizo em consultório? Posso ser eu? 

Errei. Preciso me proteger. Preciso ter uma postura/posição/abrigo de mim em mim.

Pra quem sabe não ser lançada no espaço.

Tenho há tempos a sensação de que estou num espaço que não me cabe ou faz bem.

Sinto que está tóxico. Sinto que me rouba mais do que me acrescenta.

Agora, estou as voltas com um projeto, um sonho pra sonhar. Um lugar pra estar.

O bom a ser encontrado.

Mas por hoje, silencio e observo. Espero as respostas do tempo.

Ah! As respostas do tempo, são um pouco de bom pelo caminho, assim espero.

Enquanto isso, me conecto ao próximo paciente para fazer o que mais amo, ser convidada por alguém que me dá a mão e me leva pra algum lugar pra sonhar.



quarta-feira, 10 de abril de 2024

Tanta coisa

 Tem tanta coisa acontecendo em mim.

Um amor enorme pelo Theo.

Uma gratidão enorme pela minha vida, casa, casamento.

Uma felicidade enorme pela minha sintonia com o Ca.

Uma relação estranha com meu pblm renal. Pq perfeição n existe. Ah! Tem sufoco no trabalho tbm. Mas voltemos ao rim, de quem fujo, como fiz na frase.

Agendei consulta com a médica de um grande hospital de SP pra falar sobre meu rim. Minha ideia é ser avaliada por alguém muito especializada na área. 

Quero ver se n tô cuidando errado. Se há algo a ser feito que previna coisas. Que me ajude. Se estou ono caminho certo. Mas ao msm tempo é se ela pedir biopsia (cago de medo disso) e se assim descobrir q tenho algo sério e isso fizer movimentar minha condição q tá estável? E se ela disser q fiz cagada esse tempo todo. E se ficar em dúvida sobre a conduta q devo seguir?

Estar diante do pblm do rim de novo me deixa ansiosa. Muito! Mas estou fazendo por mim. Por.mim e pra ter muita vida ao lado do Theo. Muita! 

Estou com medo. Mas vou com medo mesmo!

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Passa que a gente nem lembra. Passa que a gente nem vê.

Theo fez duas coisas novas esses dias...

Pensei, preciso escrever isso no blog porque foi a primeira vez que ele fez isso.

Parei agora em frente ao computador e não consigo me lembrar o que é que queria registrar. Alguma memória sobre o fato de que outro dia, estávamos cantando uma musica, aquela do grupo Trem da Alegria de mil novecentos e oitenta e cropped e calça bag chamada Gato na Tuba, que dizia: 

"Pum pum pum miau! Pu pu ru pu pum! Miau!" E eu substituí o miau por Paçoca (nosso gato/miau) e ele repetiu e depois substituiu o Miau tbm. 

Depois eu cantei outra palavra no lugar de miau e ele repetiu.

Na terceira vez ele se antecipou e trocou a palavra que havia dito por "mamãe", ou seja, entendendo que brincávamos de substituir as palavras e foi jogando, falando palavras e eu repetindo a brincadeira dele... 

Nesse momento pensei: Abriu aqui um portal. Ele entendeu a regra. Ele criou algo. Ele gostou de brincar de criar.

Feito isso. Nunca mais voltaremos ao estágio anterior. 

Foi lindo. Foi assustador.

Teve uma outra sutil-grande conquista. Que não me lembro agora. O cotidiano nos rouba sutis grande conquistas! Elas acontecem e depois se integram no "acontece sempre assim". A gente insere na memória, como uma arquivo guardado na pasta que não abriremos de novo, não com a mesma leitura, com a mesma surpresa. 

Seguimos vendo um bebê que já é menininho. 

Que hoje precisou e ficou de castigo por 1min porque tentou escrever na parede. 

Que hoje correu no shopping pela primeira vez.

Que ontem fugiu de mim em um restaurante rindo pela primeira vez.

Que ontem escreveu com giz de cera na parede do mesmo restaurante mexicano, enquanto eu fazia malabarismo pra trocar uma fralda de cocô com ele de pé no vaso, enquanto ele fazia sua obra (d)e arte e eu estava concentrada demais pra impedir isso nos primeiros riscos.

Que semana passada fez o mesmo na minha mãe, me matando de vergonha e medo, correndo com pano água sanitária detergente e força pra limpar como se EU tivesse riscado a parede dela. 

Que agora já obedece qdo eu falo brava diferente de semana passada.

Que descobre o mundo a cada dia.

O que me deixa muito feliz e assustada com o quanto isso tudo é lindo e passa rápido. 

Tão rápido que só me lembro das últimas conquistas, mas esqueci de várias...




segunda-feira, 25 de março de 2024

Quem ele salva do fundo do mar?

 Theo é cheio de músicas. Se fosse pra dividirmos o dia do Theo, seriam 12h dormindo e as demais ele vai dividir entre comer, brincar (subindo em locais impróprios pra idade ou tentando brincar com enredos q não consegue executar) e cantar.

Pois estava ele cantando " Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar, eu tirava (nome da pessoa) do fundo do mar." Enquanto andávamos de carro: Carlos, ele e eu. E ele salvou vovó, vovô, vovó Ia, bivó, papai, Paçoca, papai de novo, outra vez, novamente e n me citou.

Eis que Carlos, q está no meu caderno de advertência desde sexta por trabalhar demais diz - debochando: Xiiii mamãe, alguém aqui n foi salva pelo bebê. Respondi imediatamente: "Criança sente tudo mesmo! Já percebeu que se dependesse de mim vc estaria afogado e tá tentando te salvar todas as vezes que te joguei, em pensamento no mar."

Pq filhos n unem casamento não! Filhos trabalham contra a manutenção da instituição casamento!

quarta-feira, 20 de março de 2024

Tantas histórias....

Hoje em atendimento perguntei a uma paciente quem era o homem que veio busca-la no atendimento. Ela respondeu que era o marido.  Perguntei pq ele fazia falado daquele modo com ela - ele a xingou, com a moto funcionando e estando onde ouvi ele chamado ela de filha da p** e vagabunda! 

Meu coração disparou no dia. 

E ela respondeu meu marido. E ele faz isso diariamente.  Quando perguntei pq permanecem juntos ela respondeu: Dra. eu sou sozinha no mundo. Não tenho pai, mãe, irmãos ou amigos com quem contar. Ele ao menos me ajuda com meu filho. Eu sou sozinha! E n tenho como me sustentar.

Também referiu a si mesma como velha.

Também disse q tem vergonha de sair.

Tudo isso com uma intensidade de quem vive com o coração na boca. 

Disse q ele n tinha o direito de falar assim com ela. Que ela era nova e bonita. Que a vida n acabou... e que ela n precisa se separar, mas precisa pensar sobre se precisa mesmo desse tipo de tratamento e cia.

Afirmei q ela merecia coisas boas. Que não era pesada (como se auto percebe) e quase arrematei: Sozinha vc está há tempos. Pq ele n é amor nem cia.


domingo, 17 de março de 2024

Novo dicionário da língua portuguesa

Culca: Desculpa

Cuco: Suco

Cuucu: Urso

Cacanuga: Tartaruga

Cacaré: Jacaré

Caniinha: Carninha

Baba: Beterraba

Aavri: Árvore

Baeia: Baleia

Afé: Café

Coca: Paçoca

Bóia: Bola

Cáo: Carro

Inhão: Caminhão

Fanque: Elefante

Qué: quer

Ião: avião

Inha: estrelinha


Cão: Chão

Si: sim

Ão Pau: São Paulo





quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Theo agora:

Come comida quase sozinho. 

Faz barulho de hmmmm!

Narra o que come: aoooooozzzz, cainiiiinha...



Nota mental

 Não se deixe enganar: atenção básica, não é básica.  Não numa quinta de dengue, covid, sem as duas medidas, um enfermeiro e o Cdhu de teatro pra cena acontecer.  

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Depois que virei mãe

 ... As vezes demoro a dormir pq escuto o ritmo da respiração do Theo q tá lá no outro quarto.

… choro com música, propaganda, história, novela infinitamente mais que antes.

… pequenas mudanças na rotina, por menores e mais bobas que sejam, me desorganizam e me deixam ansiosa

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Nota sobre acompanhar um possível morrer

 Esperar a morte de alguém guarda certa semelhança com o esperar alguém nascer. 

Emoções diversas, ambição, ansiedade e um gigante não saber. 

Como será passar para o outro lado da vida sem/ com essa pessoa? Qual a sensação? 

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

O minuto que antecede

 Uma música dos Paralamas me é muito reflexiva: A vida sem freio me arrasta, me leva, me cega no momento em que eu queria ver. O minuto que antecede o beijo, a palavra que destrói o amor, quando tudo ainda estava inteiro e no instante em que desmoronou...

Me sinto no segundo que antecede a queda da maior árvore familiar. Pra quem n tem avós desde muito cedo como eu, tias são excelentes substitutas e as minhas foram.

Sinto estar. Temo estar nos minutos que antecedem a partida da última "avó".

Ou seria da primeira? A última a partir. A primeira a ser. Minha tia mais velha. O jequitibá da família. A das muitas palavras, muita fé e aquela calma talhada em quem já viveu MUITO.

Firmeza. Fé. De expressões diretas. De fala com riso. Uma vida BEM vivida. 4 filhos. Uma dezena de netos. Uma bisneta. Uma força. 

Bacias e bacias de pipoca. Garrafas e garrafas de café. Vários pães francês em formato bengala pros meninos. Nomes compostos nos filhos, sempre ditos nas narrativas. Não havia espaço pra mimos. Diminutivos. As coisas tinham o tamanho que tinham. Doses de realidade.

Eis que chega a porção de realidade que talvez anuncie que essa constante, talvez tenha perdido a força. Rim com função alterada. Infecção pulmonar em ação.  Sonolência. Condição de saúde delicada.

O boletim médico e o real desenham um caminho que parece ser de despedida. Da tia que se alegrava com a minha chegada, depois com a nossa chegada (Carlos e eu) e por fim se derrete com a chegada da gente com o Theo.

Da tia que se alegrava com meus vestidos. Gracinhas. Laços. Cabelo amarrados. Me chamava de Chiquinha estendendo o carinho do meu avô a mim. 

A tia que tinha uma vaca em "seu quintal". Que fez filhos pra serem meus primos e amigos. Que é a árvore que se mantinha de pé.

A tia que talvez n tenha tido tempo de ver a linda foto que compôs conosco no nosso casamento. Que me ensina que o tempo é hoje.

Aquela q me faz pensar q se precisar de apoio pra partir pq se cansou da luta: aqui estou dizendo fique se fizer sentido. Parta se for seu destino. Nós prosseguiremos por você e tendo vc em nós.

Amém.



domingo, 4 de fevereiro de 2024

Dominando

 Theo faz muitas coisas agora. 


Tenta formular frases. 

Faz graça. 

Faz manha. 

Faz traquinagens.

Domina seu corpo pra subir no parquinho do condomínio pela rede.  

Já que ir ao play nos restaurantes. 

Fala papai, mamãe, miau, Augusto, cocó, cocô, pipi, pipa, pita (sua versão de Bita, ião (avião), pá (passarinho), lua (que significa lua mesmo) e lua (que significa luz), bobó, bobô, vovó Ia (vovó Silvia), tuto (susto), pã (pão), Tê (Terezinha), aiai, nãããão, be (respondendo que tá tudo be), Babá continua sendo Marina e Baaaa (Marta). Uhuuu! Ihiiiii! E....

Aquéca! A-aaar cocó! Como comando pra Alexa tocar Galinha Pintadinha!

Amanhã ele volta aula. Meu coração tá em suspenso. Mas já de ser bom! 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Hoje foi foda!

 Hoje tive crise de ansiedade.

Daquelas de dar vontade de vomitar. Motivo: o retorno ao trabalho. Não falo da clínica, mas do cenário público. Da escassez de recursos, d o sofrimento cru da minha atual unidade, das urgências e inconstância do meu local de trabalho. 

Me esforço pra ser grata. Tenho um trabalho, amigos de trabalho queridos, pacientes com necessidades e gratidão. Sou grata pela minha casa, sou grata pela saúde e esperteza do meu filho, a quem sugiro desbravar o mundo com cuidado mas sem temor. Mas faço isso pq eu sou toda medo. Sou toda intensidade. Sou toda inquieta com o novo, o diferente e até o habitual.

Decidi dormir mais cedo e cá estou, quase uma hora pós previsto pq preciso expulsar de mim o medo q me veio mesmo na terapia tendo reconhecido que tem o caos e a paz. Meu lar, minha família, meu trabalho clínico q mesmo no público é meu abrigo. 

Aliás, sinto que me abrigo nas histórias das pessoas. Cada vez que adentro o mundo de alguém sinto q me esqueço do meu e da tensão boba que vivo. Que me imponho. 

Visito cômodos das "casas internas alheias" como quem assiste BBB pra fugir um pouco de si. Pra estar no outro. 

Confesso tb q desde nascimento do Theo relativizo as coisas. O peso das coisas. Mas isso n significa q o peso n esteja lá! Hoje ele caiu dentro de mim. Hoje me deparei com ele. O peso de tido aquilo q tenho q lidar e n consigo digerir no espaço público.  Hoje n teve como. 

Hoje escrevo pra qdo isso passar eu lembrar q tudo passa. Até esse hoje. Até esse peso/medo.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Nota:

 Theo falou "Aí que tuto" me imitando após susto com uma manobra de estacionamento ousada do Carlos durante a viagem hoje.