sexta-feira, 6 de junho de 2025

Paz

 Esse ano, diferente dos outros, pela primeira vez pareço ter a compreensão e a alegria de viver o aniversário do Theo. Nos outros anos, tudo foi tão atribulado que embora estivesse feliz e as comemorações tenham sido feitas eu não havia parado pra pensar no significado do aniversário dele. Havia felicidade mas com um misto de confusão.

No primeiro ano pelo puerpério e no segundo ano por problemas no trabalho. 

Mas este ano foi diferente. Tive a possibilidade de pensar no que esses três anos significaram e tive a compreensão de que sou feliz nesta data tanto quanto sou feliz no. MEU aniversário. Penso que eu tbm aniversario no 03/06!  Comemoro mais um ano de mãe, de descobertas, alegrias, bagunças, um amor e um orgulho jamais experimentado antes.

Sou feliz por todas as características legais do Theo. Pelo menino lindo que ele é. Pelo carinha de personalidade que ele tem se mostrado. Pela inteligência dele. Pela alegria e intensidade! 

Esse ano consegui aproveitar e consegui até pensar com calma na festa, organizei com um dia de antecedência e tudo havia sido comprado e feito com meses de antecedência. E foi super legal! Sou muito grata a vida por estar conseguindo aproveitar nos detalhes cada beleza deste terceiro ano! 

domingo, 27 de abril de 2025

Conquistas

 Hoje ele montou sua torre de madeira, so-zi-nho!


Nova língua portuguesa, do Theo

 Sai fora! Xô fenícia (preguiça!) 

Não vem aqui me apatalhar (atrapalhar!)


Misto

 Sigo num misto de busca e encontro de paz interior no silêncio, ansiedade e vontade de estudar, ler, produzir um não sei o quê! 

O dia foi de domingo, com café da manhã bom, brincadeiras com o Theo, viagem do Carlos (respira, que o ar tá disponível e entra!) e sem tv, me dediquei ao Theo. Brincadeiras no quintal, banho longo, ida na rua, jantinha, leitura… 

Nisso reside minha paz. Nos pensamentos: a ansiedade. Já vivo há um ano assim. Paz, ansiedade, reflexão, centro, desorganização… que esse mergulho me traga coisas boas e novas em mim. Mas… que difícil.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Decepção

 O sistema único não quer atender verdadeiramente as pessoas. Que tristeza. 

domingo, 20 de abril de 2025

Marco do desenvolvimento

 Hoje o Theo aprendeu a pular com os dois pés. Ok. Pra vc é pouco, pra mim, uma conquista! Deus sabe das angústias que rodeiam meu coração com questões de coordenação. Meu menino já sabe saltar.

quinta-feira, 27 de março de 2025

Pequenas conquistas verbais

“ Mamãe tive uma ideia! Que tal…” começa ele com suas sugestões de brincadeira.

Brinca sozinho e cria histórias.

Hoje fizemos um “diálogo” interagindo com bonecos pela primeira vez em uma brincadeira.

Theo eh hábil em mudar letras de música pra brincar com a gente, falar sobre situações que estão acontecendo e inserir pessoas que estão com ele na música.

“Mamãe, para de falar!” Quando estou conversando e n dou atenção.

Theo consola a amiguinha da rua, a acalma e se acalma fazendo isso. 

Theo já fica brincando enquanto eu tomo banho 🤗

“A prô Glaucia gosta de histórias, né filho? E a pro Valéria? Gosta do que? — De falar, mamãe!”

Theo não fala mais suco de popo, sobre a guerra de côco. Agora a palavra côco é pronunciada corretamente.

Ele diz “xô fenícia!” Em uma música que é “xô preguiça”.

“Não pode deixar água parada, lixo no quintal, se n o mosquito da dengue vem na nossa casa…” Theo, 2 anos, em meio ao caos da dengue na cidade.

“A Lelena, mamãe, eu preciso ir brincar com ela!” Theo abre a porta de casa, se pendura na grade pra ver a Helena, nossa pequena vizinha e sua amiga!

Hoje, 27 de março, Theo fez xixi no box do banheiro após eu pedir…



Revisitando minhas ausências…

 Hoje em sessão, me dei conta mais uma vez das marcas causadas por ausências… agora na minha adolescência.

Observei que falava de adolescência sob esse ponto de vista, pela primeira vez no divã. A solidão que sentia. A sensação que vivi a cada vez que vi outras coisas sendo importantes que não eu, na vida de quem mais me importava.

Ausências como essa causam na gente diversos movimentos. Em mim identifico a constante tentativa (quase sempre frustrada) de ser vista, validada, reconhecida nas minhas características. Lembro das longas horas de conversas em que contava sobre meus colegas na expectativa de me valorizar e me provar diferente deles e caminhando com os valores admirados em minha casa.

Quantas vezes tirei nota esperando congratulações. Quantas vezes tentei encantar olhos que por vezes n estavam voltados pra mim, n pq n fosse uma imagem pra ser vista, mas por fragilidades de quem n me observava.

Ainda sigo com a sensação de que meus esforços n são vistos. De que o julgamento sobre mim será sempre pesado e meu desempenho nunca a contento.

Sigo tentando na fazer isso com o Theo. Sigo na busca por fazê-lo certo de q ele é AMADO exatamente por ser ele. Que a minha frustração n o esmague. Que as contrariedades das nossas escolhas n façam com que ele se sinta menor aos meus olhos. Que as rebeldias dele, n coloquem em cheque a certeza de que é amado nas falhas, divergências, diferenças, fragilidades e naquilo que n compreenderei dele.

Hoje dialogamos sobre ele estar expressando suas insatisfações e agressividade, na rotina, no brincar. Sobre ele estar às voltas com construir e destruir torres e conceitos q temos sobre ele. Hoje ele seleciona o que come. Hoje ele diz que não. Faz manhã. Faz birra. E no caos que isso provoca em mim eu penso: Expresse! Como eu n pude! Como n me permitiram. Como talvez tentem te impedir. Mas eu estou aqui e juntos vamos encontrar nosso distanciamento e reconexão mas eu NUNCA VOU SEIXAR DE TE AMAR e de pensar QUE VOCÊ É MINHA PESSOA PREFERIDA NO MUNDO.


segunda-feira, 24 de março de 2025

Tentando me encontrar…

Treino de musculação.

Banho ouvindo música.

Áudios com amigos trocados com mais frequência.

Retomada do Instagram profissional.

Uso de hidratante diário.

Cuidado com a minha conta, contendo um pouco os gastos.

Plano de ver amigos mais vezes.

Tentativas de topar sair mais com o Cá, sem reclamar ou temer…


Ele me cura…

 A primeira torre de pedaços de madeira.

As primeiras histórias que ele conta da escola.

Hoje ele apaziguou minhas angústias… e nem desconfia.  


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Quem olha demais o precipício, não pula!

 Avaliei uma pessoa hoje que me deixou preocupada desde que soube do caso. Tumor em tronco encefálico com cirurgia agendada em 5 dias sem previsão sobre sequelas. 

Fiquei me perguntando como seria atendê-lo. Como será atender alguém que está diante de uma das notícias mais difíceis que alguém pode receber na vida. 

A sensação que tive era de que encontraria alguém angustiadíssimo. Mas não. Estava diante de um homem jovem, internado, monitorado, contando sobre o diagnóstico relativamente calmo. 

Pensei nas defesas armadas e organizadas e pensei n tenho direito de desarticular nada por aqui. Pus-me então a ouvir sobre a vida q ele viveu até aqui. Infância tranquila, adolescência procurando entender sua sexualidade, intercâmbio, um amor durante a viagem, um retorno ao Brasil, trabalho que permite viajar, conhecer o mundo, comprar seu apartamento pra morar próximo a irmã e ao primo. Apaixonado pelos pais. O que quero da vida? Viver tranquilo. Sem muitos movimentos, fazendo o que desejo. 

Pensei tanta coisa… pensei que em meio as defesas estava com ele diante de um precipício, no qual ele irá pula de bungee jump e não sabe como retorna do salto. Mas se olhar muito pro precipício, não pula! 

Pensei também que por defesa, ou não, ele me dizia: Vivi bem até aqui. 

Percebi que estar perto da morte é mais silencioso que som. Meu atendimento permitiu uma revisão. Termino desejando ter excelentes notícias sobre a cirurgia e que embora seja um órgão delicado para operar, era também um órgão de profunda recuperação. E ele sorriu com esperança. Eu desliguei pedindo que essa esperança se faça real. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Onde me perdi de mim?

 Onde foi que me perdi de mim?

Hoje em terapia me perguntei isso. Onde me perdi de mim? Onde deixei de estar comigo? Parece q caminhei e encontrei a msm Daniela de 2010 pelo caminho.

Não sei o que gosto, o que quero, o que sinto, o que me faz bem e o que me faz sentido. Fiquei em suspenso após sessão. Pensando… fiz tudo o q precisava, pensando… 

Continuo em busca de respostas q sei que virão no tempo. Continuo no medo em suspenso… e ao mesmo tempo vários textos e histórias que caem na minha mão parecem me provocar pra caminhos que temo. O que a gente faz quando percebe coisas que assustam? Lugares que não queremos enfrentar, mas sentimos a vida como um rio nos levando pra lá.

Que estranho… o que é isso q estou vivendo? 

Me encontro no meio do rio. Voltar a primeira margemé impossível, temo o nado até a próxima. ANGÚSTIA.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Tanta angústia que não cabe aqui…

 Neste sábado, Carlos me contou sobre uma atividade de trabalho (um cargo) que irá assumir e que aumentará sua rede de relacionamentos e suas possibilidade de ganhos financeiros. De quebra ficará um dia por mês fora de casa. 

Para além do desconforto da distância (escrever já me deixa ansiosa) tem o fato de que havia sido contra o cargo e novamente ele n me colocou a par dos movimentos profissionais que vem realizando. Dessa vez ele afirma q falara sobre seu desejo.

Sim, mas desejo e realidade guardam uma distância sobre si. 

Surtei. Briguei. Deixamos Theo abruptamente em minha sogra (acrescente aqui 90kg de culpa em mim por isso, sinto mais ansiedade escrevendo isso) e discutimos feio. 

Mas estou aqui para além de rememorar a exaustiva briga repleta de incertezas sobre ele. Sobre pactos. Pq esses se fragilizam a cada descoberta. Mas queria registrar a fragilidade q tenho sentido sobre quem sou diante de tudo isso. Eu sou a que ganha menos. A que perde salário. A insatisfeita com o local onde está, a estável, temerosa e pouco feliz com o trabalho. A que pouco sabe sobre pra onde quer ir. A que vê o marido voando profissionalmente e que mal consegue sustentar suas contas neste momento. 

Como é q me transformei nisso. Algo me diz: qdo virou mãe. Qdo decidi q minha prioridade é o Theo. Por isso, me irrita ouvir Carlos dizer q a dele tbm o é. 

Sinto raiva de prender minha respiração qdo o assunto é trabalhar e ficar longe do Theo. Sinto medo de falhar como mãe. Sinto medo de falhar como pessoa. Sinto medo da raiva q sinto e da inveja tbm. Sinto agonia do meu não desejo. Não sei o q quero profissionalmente. N sei onde quero estar. Onde quero chegar. Queria ter mais dinheiro, isso é a única coisa q sinto. Queria sentir menos q dependo tanto. Queria sentir menos q estou tão grudada ao Theo.

Na discussão nos momentos dolorosos, queria me agarrar no Theo dormindo pra sentir o q sinto qdo estou com ele, mas sem q ele visse o quanto chorava. 

Quis morrer. Será q já n morri? Em partes? Senti ansiedade após a discussão. Na discussão senti vontade de vomitar. Como qdo brigava com o Rodrigo. Depois senti ansiedade por achar q estou errando comigo. Chorei mto no banho no domingo… chorei pela decepção q senti com o Cá, chorei por me sentir insegura qdo ele viaja, por me sentir insegura diante de tantas conquistas dele e tão poucas minhas. Chorei pq sinto medo. Da dependência, dessas inércia, desse n desejar NADA. Nem emprego. Nem relação. Nada. Será q adoeci? Será q o trabalho me adoeceu? Será q só desejo o revide? Só desejo provar pro outro q sou boa? E pra mim? O q quero provar? Qdo o outro é sua avaliação somem? Onde eu fico?! 

O fato é q a briga com o Carlos eh mto sobre mim. Eu n me movimento e sufoco ele? N comemoro ele? N fico feliz? N sou feliz cmg e com ele? 

Angústia batendo no teto e muita muita muita raiva de mim. 


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Um marco histórico

 Hoje, estava com meu óculos de grau (para hipermetropia e astigmatismo) na reunião do trabalho, quando fui olhar meu celular para verificar uma informação e as letras estavam confusas. Difíceis de ler. Pia bem, tirei meus óculos e enxerguei perfeitamente. Mas isso NUNCA havia me acontecido.

Já era! Bifocal se prepare! Porque vou lhe usar! 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O valor dos amigos

 Hoje em um momento de angústia (ansiosa há dias) chamei duas amigas pra conversar. Uma, minha amiga do pré! Outra, minha amiga de trabalho. 

Falei com elas durante 30min e elas nas primeiras mensagens tiraram minha angústia com as mãos! 

Fiquei pensando no quanto me martirizo sem falar. Do quanto amigos são importantes pra mostrar outros modos de pensar, validar o que sentimos e verbalizar aquilo q n tenho coragem! Como é bom poder encontrar amigos, ter amigos, ainda que n estejam tão perto.

Pensei na avalanche de histórias que vivi, no quanto isso é uma bomba na minha vida. Associado a tudo o que vivi com a chegada do Theo… tanta coisa… junto mexeu comigo e eu precisava muito me reencontrar e com ajuda dos amigos fica mais fácil “achar o caminho de casa”… e vou conseguir.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Sobre a resposta…

 O meu lugar fora de vc foi sendo desfeito desde a nossa discussão. Você mandou que eu silenciasse naquele momento. Eu esperei por alguns meses alguma manifestação verbal de arrependimento e não vi qualquer sinal. Passei dias revisando meus passos, falas, falhas. Identifiquei meus erros… mas o fiz sozinha. Passei por situações difíceis, sem vc ao meu lado e me doeu. Sou grata por parte do que vivemos e digo parte, pq a discussão e seus momentos seguintes não me dão tal sensação, pelo contrário! Nosso afastamento ocorreu porque me doeu muito a forma como vc falou e agiu após a discussão não por obra do destino. Há responsabilidades, minhas e também suas! Sobre o futuro… não sei. Quero comigo amigos que acertem, errem, reconheçam, conversem… Pro futuro quero tb me sentir segura de que amigos serão cuidadosos comigo…Hoje o q sinto sobre nós é que a confiança se quebrou. Cabe a mim manter um relação respeitosa com vc pela divisão do espaço de trabalho.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Nota mental

Lembrar sempre que: Sair com Carlos e Theo (passeios, viagens) tem sido muito legal! (Dá trabalho, mas…) É muito legal mesmo! 

Meu bonde é demais! ❤️

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Construindo respostas

 Uma grande amiga de trabalho, daquelas que já segurei a mão em tormentas e me segurou diante de grandes abismos da vida, há alguns meses discutiu comigo no trabalho e gritou de modo agressivo dizendo que eu a testava, que ignorava a autoridade dela, que tinha dificuldade com autoridade (ela tbm é minha chefe), que eu me desconhecia e quando me defendi, afirmou que eu n sabia o que dizia, que me desconhecia e que era pra eu calar a porra da minha boca.

Depois do ocorrido, me senti muito triste e magoada. Sozinha. Pensei em mudar de local de trabalho, me senti mal, persecutória, tive crises de ansiedade. Me fechei. Me reinventei à espera de algum pedido de desculpas que não veio. Hoje, 8 meses depois ela entra em contato comigo dizendo que sente minha falta. Sem sequer tocar no assunto e dizendo que nosso distanciamento se fez necessário.

Os relatos parecem ser de alguém que por obra do destino foi afastada de uma grande amiga. E a mensagem dela continua à espera de um resposta no WhatsApp dois dias depois do envio. Compartilhei a Mensagem com a Leni que conhece as duas, que tem um bom coração porque quero pensar sem ser agressiva, sem interferências… 

Mas o fato é que me incomoda as coisas ocorrerem do modo e no tempo dela. Me incomoda o pedido de desculpas ausente como se ela n tivesse feito nada. Me incomoda o movimento de que nosso afastamento foi resultado de forças que não podemos controlar. 

A mensagem me diz de um desconhecimento de quem ela é ou uma não sintonia sobre como pensamos a vida e as ações. A mensagem me diz de um abismo entre nossos modos de ver a vida ou do que é essencial. Nesses meses me revi. Me questionei. Procurei onde doía, pq e como doía o que ocorreu. Me questionei qual a responsabilidade que tive, que meus atos e falas tiveram no que ocorreu mas a mensagem dela n transparece qualquer reflexão sobre a própria responsabilidade diante de um erro por menor que fosse.

Sendo assim minha ideia foi entender a mensagem como porta aberta pra que eu diga, independente da resposta pq talvez n caiba diálogo.

Diga que me magoei. Que doeu o modo como falou. O que disse e como disse. Que passei meses esperando uma reação ou ainda um pedido de desculpas pela parte que cabe a ela na discussão. Dizer tbm que pensei muito, refiz conversas, revi reflexões e entendi que sim, errei. Errei quando compartilhei minhas angústias, errei quando n considerei ela em seu cargo de chefia, apenas como amiga, que devia tê-la poupado das minhas reflexões por vezes intensas e infundadas. Errei em dividir com ela. Errei. Falei demais. Tenho dificuldades e procuro me haver com elas. Mas no momento da briga silenciei assustada com o modo como ela ficou e silenciei pq ela ordenou e assim permaneço.

Que se meu lugar está fora dela. Ela precisa tomar cuidado com os que ocupam lugares importantes. Que distanciamentos tbm são nossa responsabilidade ao menos em partes e n obra do destino. Se me afastei e n me encontro na posição de amiga ao lado dela, isso se deve ao fato n citado de que ela gritou pra q eu saísse e isso doeu de um modo que altera o que ela chama de futuro. E já vejo no presente. 

Penso que nem tudo é obra de forças, energia e destino. Há muito de nós, pq somos tbm nossas escolhas e ela escolheu por meses o distanciamento. Assim como eu tbm por n saber o q fazer com o que me doeu.

Não sei se responder provocará mudanças nela. Talvez provoque em mim, de modo a finalizar parte deste conflito dizendo, te respeito, mas respeito vc como respeito alguém com quem já não guardo semelhanças como achava q guardava. Respeito e temo vc. E temor nunca foi pra mim adjetivo de amizade. Respeito, temo e sei que a aparente calma procura dominar em vc a raiva q te acompanha. 

Se isso fará algum efeito nela? N sei! A mim n cabe pensar nela a n ser de modo a me proteger e respeitá-la, pra n ferir ainda mais alguém q deve carregar consigo dores q eu n desconfio mas sei o impacto.

Sigo tentando elaborar… 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Sobre não saber o que responder…

 Olá, demorei pra responder sua mensagem por não sabia o que dizer. Nem se devia dizer. Esperei algum gesto seu nas primeiras horas após nossa briga, nos primeiros dias. Durante a sua viagem, após suas férias. Na reunião. E nada.

A espera foi virando reflexões. Questionamentos.

Nesses meses quantas vezes me peguei revendo cada um dos dias que antecederam a briga. Refazia conversas. Revisitei textos. Depois revisitei nossa história. 

Sob o som ensurdecedor do seu silêncio. 

Nesses meses me senti só. Uma solidão doída e pesada em dias importantes, diante de coisas grandes, pesadas e no miúdo do dia. Uma angústia foda de superar… 

A distância acrescenta ângulos qdo olhamos em perspectiva pra uma história. O silêncio deixa espaço pra muitas narrativas. Revi o que acho q são erros meus. Falhas. Por mim. Porque caminhei sozinha nesses meses. 

E assim fui fechando portas e janelas…  Decidi ir deixando pra traz o que a gente viveu… pq o presente me mostrava pra coisa. Não gosto de solidão e fui tratar de construir outros vínculos… 

Hoje li sua mensagem e nem sei o que dizer. Apenas penso que a distância que vc refere viver antes mesmo de existir, parece ser tbm o q vc busca/constrói.

Não sei bem o que sinto. Nem o que acho. Só lamento. Quanto a futuro, ele está lá na frente… Sigamos. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Mamãe, você é meu amiga!

 Sempre leio na internet posts que dizem que filhos curam aquilo que nem a gente sabia que precisava de cuidado. Sempre achei essa frase intensa demais para definir a relação com uma gente de estatura tão pequena e aparelho psíquico tão primitivo pra tamanha responsabilidade.

Mas esta manhã estava com o Theo na sala e percebi a fralda cheia de cocô! Queria agilizar um banho pra troca e ele enrolando preparou o movimento e foi subindo no sofá.

Eu aparavorada com a possibilidade de sujar o sofá comecei a falar alto com ele, brava dizendo pra não subir… (solicitação em vão!) lá estava ele em cima do sofá pegando algum brinquedo e logo desceu (talvez pela minha reação despropositada) sem sujar nada.

Foi então que pensei que gritei desnecessariamente. E então pedi desculpas. Disse: Theo, desculpa! Gritei com vc e nem precisava! Falei brava pq fiquei com medo de que sujasse o sofá porque tem cocô na sua fralda mas foi um exagero meu, pq vc subiu, desceu e deu tudo certo! Eu não precisava ter falado brava como falei! 

Nisso, Theo olhou pra mim e disse: Mamãe tudo bem! Não é brava! Você é meu amiga! E me abraçou. 

Imediatamente eu caí no choro. Imediatamente! Chorei pq todo mundo, inclusive eu, diz muito sobre minha braaveza! E eu nem sei quantas vezes valorizei essa característica que hoje me pesa. Que hoje penso e tento lidar e digerir minha raiva. Tento entender que minha raiva n pode explodir no Theo, eu preciso cuidar dela e entender ela em mim. 

E tem sido um grande esforço conter minha raiva… lidar com ela… n usar ela na educação com o Theo. E ouvir ele dizer que n sou brava, que n eh assim q ele me vê corrigiu coisas em mim que nem sabia. Me mostrou o tamanho da luta que travo comigo, com minha história e o quanto eu e ele reescrevemos isso, juntos! Há braveza e limites mas há amizade. Há afeto. Há amor. 

E eu sou amiga de um menino lindo que hj me pegou no colo e curou algo em mim sem saber. Valeu a pena! Viver a vida com o Theo tem sido incrível! 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Não há o que perder quando não se tem

 Andei lendo pela internet que o pior do treino pós festas de fim de ano é que ele é de arrebentar. Acrescento aqui o processo terapêutico ao exercício que arrebenta no retorno das festas.

Ir à casa dos meus pais é dolorido. Estar lá é me certificar do que sei à distância: lá tudo é diferente e específico. O tempo, o ritmo, as opções, as relações, as possibilidades de escolha, o modo de estar no mundo ou narrá-lo! Tudo! Tudo é diferente! 

Um diferente do qual do diferente. Um diferente de mim. Um diferente que não me cabe, um não lugar. Um não espaço. Eu não sou como eles. Não penso ou vivo como eles. Quis a vida, ou quis eu mesma, que meu modo de viver fosse outro.

Estar lá é estar imersa num peso, numa dor, num medo, numa crítica. E vc me pergunta: Nada é bom? Te responderia que é. Há momentos bons. Mas se fosse um quebra-cabeça eu sou aquela peça q n encaixa mas que não faz muita diferença à figura. Seja porque estou de fora da figura, seja porque o não encaixe n é visto. E é isso. O que finjo não ver, lá é não visto, inexistente. O que finjo não ouvir, não foi dito. O que não quer ver ou ouvir não merece importância. E é isso. Os dias seguem seu rumo. 

Num dado momento lá e na sessão da minha terapia disse que me vi pensando: porque isso não acaba logo? Se meus eles morressem, isso acabava. E me assustei, como ouso dizer isso?! E aí ouço: Daniela isso n eh maldade eh constatação. A morte n significaria uma perda, pq vc nunca teve. Vc nunca se encaixou. Vc nunca viveu o que deseja(ou) pra sentir perda! 

SILÊNCIO.

Quebram-se uns três copos da prateleira que mora dentro de mim. Não há o que perder qdo n se tem. Não há o que se perder quando não se tem. Então… sigo aqui, fazendo o que posso de melhor com o meu não ter. Neste momento, após jantar com amigos, após comemorar com meu marido e ver meu filho correndo feliz pela casa, pela casa q foi sonho e hj tá aqui pra mim… penso que fiz algo bom com o espaço vazio. Fiz meus copos e coloquei no armário. Fiz o que deu, o que pude, e não pude pouco.